Viúva de Marielle Franco recebe ameaça de ‘estupro coletivo terapêutico’

247 - A líder do Psol na Câmara Municipal do Rio, vereadora Monica Benício, viúva de Marielle Franco, denunciou ter sido vítima de ameaças de “estupro corretivo”. O autor sugeriu o crime para curá-la de sua sexualidade. Monica é lésbica e pretende vai registrar ainda esta semana uma queixa-crime na Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), na Cidade da Polícia, Zona Norte do Rio, segundo informações publicadas no Agenda do Poder.

O homem disse ter uma proposta de projeto de lei para legalizar o Estupro Corretivo Terapêutico e sua adoção pelo Sistema Único de Saúde (SUS), além de pedir o apoio da vereadora. “Isso não é violência, é o que chamamos Estupro Corretivo Terapêutico, uma terapia de eficácia comprovada que cura o homossexualismo (sic) feminino porque ser sapatão é ser uma aberração”.

O suspeito se identifica como “doutor em Psicologia Social pela Universidade de Harvard”. Na mensagem enviada a Monica, ele escreveu: "o lesbianismo é uma doença que pode ser curada com terapia alternativa", e afirmou que a orientação sexual dela é uma "aberração". No texto ele defendeu violências sexuais contra mulheres, ensinando como os homens devem proceder para que elas "voltem à heterossexualidade".

De acordo com a parlamentar, "o que estamos vendo é consequência direta da escalada da violência política de gênero contra mulheres parlamentares que ousam reivindicar seus direitos e lutar por equidade". "O conteúdo da mensagem é assustador, mas não vamos nos intimidar. Mulheres lésbicas existem, resistem e precisam ter seus direitos e cidadania garantidos. Lutamos pelo direito de amar livremente, em segurança, sem temer por nossas vidas".