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    Pai de governadora de SC, professor de história negava o holocausto

    Governadora interina de Santa Catarina, Daniela Reinehr tem como pai o historiador Altair Reinehr, ex-colaborador de uma editora especializada em livros que negavam o holocausto e outros crimes da Alemanha nazista

    Daniela Reinehr (Foto: Divulgação)

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    247 - Governadora interina de Santa Catarina, Daniela Reinehr (sem partido) foi questionada na terça-feira (27) se concordava com a visão de seu pai, Altair Reinehr, professor aposentado e ex-colaborador de uma editora especializada em livros de teor antissemita que negavam o holocausto e outros crimes da Alemanha nazista. O historiador é conhecido em Maravilha, cidade do extremo oeste catarinense, por defender ideias nazistas. 

    De acordo com informações publicadas pela BBC, a antropóloga doutora pela Unicamp, Adriana Dias, afirmou que, até se aposentar em 1998, Altair Reinehr ensinava história para crianças da escola estadual Nossa Senhora da Salete, em Maravilha, onde indicava a seus alunos livros de conteúdo antissemita da editora Revisão. A estudiosa pesquisa sobre nazismo no Brasil há mais de 20 anos.

    "Altair indicava livros da editora Revisão em sala de aula para crianças, isso é muito grave. Durante a minha pesquisa, conversei com alguns alunos que confirmaram que os exemplares eram de negação do holocausto, algo que ele mesmo mencionava nas aulas", disse.

    Segundo pesquisa da estudiosa, Reinehr colaborou com textos para a editora, criada em 1987 e que pertencia ao antissemita confesso Siegfried Ellwanger Castan (1928-2010). A publicação de livros teve como consequência uma condenação por crime de racismo no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. Depois o Supremo Tribunal Federal confirmou a decisão em 2002, quando teve grande repercussão na imprensa.

    De acordo com a pesquisadora, a eleição de Jair Bolsonaro deu mais espaço a grupos defensores da supremacia racial e religiosa. "Há grandes semelhanças na forma como o nazismo usava a religião para controlar o povo e como o governo Bolsonaro usa as igrejas aqui. É inegável também que muitos grupos e pessoas perderam qualquer pudor em expor pensamentos antissemitas e preconceituosos. Há uma permissividade maior com esses atos", afirmou a pesquisadora.

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