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Ministério da Saúde anuncia hoje estratégia de vacinação contra a dengue

Brasil é o primeiro país a oferecer as vacinas no sistema público de saúde

Nísia Trindade (Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil)

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247 – O Brasil tornou-se o primeiro país a oferecer vacinas contra a dengue no sistema público de saúde. Produzida pelo laboratório japonês Takeda, os imunizantes serão inicialmente destinados a regiões com maior incidência e transmissão do vírus, abrangendo crianças e adolescentes de 10 a 14 anos. A estratégia de vacinação será anunciada pelo Ministério da Saúde hoje, em coletiva de imprensa marcada para as 9h.

A Qdenga, avaliada pela Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias (Conitec) no SUS, será direcionada a municípios de grande porte com alto índice de transmissão nos últimos dez anos e população residente igual ou maior a 100 mil habitantes, considerando também altas taxas de contaminação nos últimos meses. O público-alvo em 2024 será composto por crianças e adolescentes, a faixa etária com o maior número de hospitalizações por dengue. O esquema vacinal consiste em duas doses com intervalo de três meses entre elas.

A Dengue é transmitida por mosquitos fêmea infectados, podendo contaminar com quatro sorotipos virais diferentes: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. A vacina, denominada Qdenga, é tetravalente e produzida a partir do vírus vivo atenuado.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o registro da vacina em março de 2023, após estudo com mais de 28 mil pessoas, incluindo crianças e adultos. A concessão permite a comercialização do produto no Brasil, mantendo as condições aprovadas.

Antes de ser incorporada ao SUS, a Qdenga foi avaliada pela Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologia (Conitec) e teve parecer favorável. A vacinação inicial será para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos em regiões com maior incidência da doença, devido à quantidade restrita de doses disponíveis.

A pesquisa de desenvolvimento incluiu 20.099 crianças e adolescentes saudáveis de 4 a 16 anos, residentes em países endêmicos. O esquema vacinal é de duas doses, com intervalo de 90 dias entre cada uma. Pessoas que já tiveram dengue devem aguardar seis meses para tomar a vacina.

A eficácia da Qdenga foi avaliada pela Sociedade Brasileira de Imunizações, demonstrando eficácia contra DENV-1 em 69,8%, DENV-2 em 95,1% e DENV-3 em 48,9%. Foi comprovada eficácia nos casos de hospitalizações por "dengue confirmada laboratorialmente" com proteção geral de 84,1%.

A vacina tem as mesmas contraindicações de vacinas feitas a partir de vírus vivo, não sendo recomendada para gestantes, lactantes e pessoas com imunodeficiência. A Dengvaxia, do laboratório francês Sanofi-Pasteur, também aprovada, não foi incorporada ao SUS por ser destinada apenas a quem já teve dengue.

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