Agricultores vão às ruas de Bruxelas e protestam contra o acordo Mercosul-União Europeia (vídeo)
Participantes do ato na capital belga temem que o acordo com o Mercosul possa provocar uma nova queda nas vendas dos produtores agrícolas europeus
247 - Mais de 100 agricultores belgas protestaram contra o plano da Comissão Europeia de assinar um acordo de livre comércio com países latino-americanos, informou um correspondente da Sputnik. Os agricultores temem que o acordo com o Mercosul possa provocar uma nova queda nas vendas dos produtores agrícolas europeus "devido a uma concorrência desleal".
Segundo os sindicatos belgas, o acordo, que vem sendo discutido há muitos anos, pode ser aprovado durante a próxima reunião do G20.
Negociado por mais de 20 anos, o acordo UE-Mercosul teve um anúncio de conclusão geral em 2019, mas ainda há um longo caminho pela frente para sua efetiva entrada em vigor. Isso porque o tratado precisa ser ratificado e internalizado por cada um dos Estados integrantes de ambos os blocos econômicos.
Na prática, significa que o acordo terá que ser aprovado pelos parlamentos e governos nacionais dos 31 países envolvidos, uma tramitação que levará anos e poderá enfrentar resistências.
Um dos países que mais resistem ao acordo é a França, com receio de que a proposta seja prejudicial aos europeus. O governo francês precisaria ser apoiado por ao menos quatro dos 27 países da UE no Conselho da Comissão Europeia, instância que reúne os governos do bloco. Alemanha e Espanha pressionam teriam sinalizado apoio ao avanço do acordo. Países como Áustria e Polônia teriam se posicionado contra a proposta.
Um estudo publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) concluiu que o Brasil seria beneficiado em termos de aumento do produto interno bruto (PIB), de investimentos e de ganhos na balança comercial caso o acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia entre em vigor. Entre 2024 e 2040, o acordo provocaria um crescimento de 0,46% no PIB brasileiro – o equivalente a US$ 9,3 bilhões a preços constantes de 2023 –, em relação ao cenário de referência. O estudo mostra também que, em termos relativos, o país obteria ganhos maiores que os da União Europeia (aumento de 0,06% no PIB) e dos demais países do Mercosul, com alta de 0,20% (com Sputnik).
iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: