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    Fávaro diz que após "animosidade", agronegócio já está "dividido" com relação ao apoio ao governo: "é questão de tempo"

    "Bolsonaro conseguiu fazer com que o setor esquecesse como foi o período de Lula", disse o ministro, que criticou também a Frente Parlamentar da Agropecuária

    Carlos Henrique Fávaro (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

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    247 - O Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD), tem liderado os esforços para uma aproximação entre o presidente Lula (PT) e o setor do agronegócio brasileiro. Em uma entrevista ao jornal O Globo, Fávaro rebateu a ideia de que Lula não teria afinidade com os ruralistas e destaca que a falta de diálogo anteriormente se devia à relutância do setor.

    "Para nós, a eleição acabou", declarou Fávaro, enfatizando que é hora de superar as divergências e buscar entendimento. Ele aponta que o clima pós-eleitoral foi marcado por animosidades e intolerância e ressaltou que o governo Jair Bolsonaro (PL) conseguiu influenciar a percepção do setor agrícola sobre Lula. "Saímos da eleição com animosidades muito afloradas, uma intolerância nunca vista. Bolsonaro conseguiu fazer com que o setor esquecesse como foi o período de Lula. Falavam de insegurança jurídica, invasão de terra, direito de propriedade. Lula foi presidente por oito anos e nada disso foi precarizado. Mas não adiantava dizermos que seríamos bons. Não queriam ouvir. Como um governo que não gosta do agro faz o maior Plano Safra da história?".

    Por outro lado, Fávaro observou que já há sinais de mudança na percepção do agronegócio em relação a Lula. "Já vemos notícias de que o agro está dividido, que o pessoal do biocombustível está do lado do governo. É questão de tempo. A gente vai trabalhando".

    O ministro ainda fez críticas à Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). O presidente do grupo, o deputado federal Pedro Lupion (PP-PR), atacou o governo por supostamente não fazer "entregas" ao setor. Para Fávaro, o parlamentar ainda não abandonou o discurso de campanha. "É um governo democrático, que entende a manifestação. Claro que, se alguém invadir terra produtiva, tem que ser coibido. Agora, querer ter um pedaço de chão é legítimo. Defendo o direito de propriedade para todos, para quem tem e para quem não tem. Não precisa ser tirando de A em detrimento de B. O presidente da FPA faz isso porque tem de ter o discurso de oposição. Talvez ele ainda esteja no palanque". O ministro ainda afirmou que o discurso da FPA "foi cooptado pelo palanque que os elegeu". "A FPA se retroalimenta com o discurso de que o governo não gosta do agro. Para nós, a eleição acabou. A próxima é em 2026. Não é para fazer churrasco e fazer espuma, é para debater. Minha porta está aberta".

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