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    Petrobras quer retomar operações de fertilizantes e usar gás da Bolívia para reduzir dependência de importações

    Brasil é o maior importador o quarto maior consumidor global desses insumos

    (Foto: Divulgação)

    247 - A nomeação de Magda Chambriard ao comando da Petrobras trouxe consigo a missão de reduzir a dependência do Brasil em fertilizantes importados, insumo do qual o Brasil é o maior importador e o quarto maior consumidor global desses insumos. Em 2023, segundo a Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), o Brasil importou 86% dos fertilizantes utilizados internamente, totalizando 39,4 milhões de toneladas, em contraste com uma produção nacional de apenas 6,8 milhões de toneladas.

    A dependência externa expõe o país a vulnerabilidades significativas, como foi demonstrado pela guerra entre Rússia e Ucrânia, que impactou os preços globais e gerou insegurança para o agronegócio brasileiro. Uma das iniciativas chave foi a decisão de investir em gás natural da Bolívia, um insumo essencial para a produção de fertilizantes nitrogenados como amônia e ureia. A Petrobras, em resposta à CNN, detalhou suas principais frentes de trabalho para acelerar a produção interna de fertilizantes.

    A primeira vitória da companhia sob a nova gestão foi a aprovação para retomar as operações da fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados S.A (Ansa), no Paraná, que está hibernada desde 2020 e deve reativar suas atividades no segundo semestre de 2025. A Ansa tem capacidade para produzir 720 mil toneladas de ureia e 475 mil toneladas de amônia por ano.

    Outro foco, segundo a reportagem, é a retomada da produção na Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN-III) em Três Lagoas (MS). Esta fábrica, cujas obras foram iniciadas em 2011 e estão 81% concluídas, está hibernada desde 2014. Com uma capacidade de produção de 1,3 milhão de toneladas de ureia e 800 mil toneladas de amônia por ano, a UFN-III representa quase 50% da produção nacional atual de fertilizantes.

    Para viabilizar essas operações, a Petrobras aposta na exploração de gás natural na Bolívia. As fábricas Ansa e UFN-III estão conectadas ao Gasbol, um gasoduto que se estende por 557 km desde Rio Grande, na Bolívia, até a fronteira, atravessando 136 municípios em cinco estados brasileiros. A subsidiária da Petrobras na Bolívia, que já foi responsável por 60% da produção de gás natural boliviano, hoje opera 25% do total produzido no país. Em uma recente visita à Bolívia, Magda Chambriard anunciou um investimento de R$ 40 milhões para perfurar um poço na área de San Telmo Norte em 2025, uma região com elevado potencial para gás natural.

    Além dessas iniciativas, a Petrobras está buscando resolver pendências em ativos no Nordeste do Brasil, especificamente nas fábricas de fertilizantes em Camaçari (BA) e Laranjeiras (SE), arrendadas para a Unigel. Embora um contrato tenha sido assinado em 2023 visando a retomada das operações, ele foi encerrado em junho deste ano após análise do Tribunal de Contas da União (TCU), que apontou possíveis prejuízos para a Petrobras. Em março, a Unigel havia paralisado suas operações nas unidades, citando os altos preços do gás.

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