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'A Argentina caiu no buraco e está trocando a pá pela retroescavadeira', diz Mercadante

Com a chegada de Milei à presidência da Argentina, presidente do BNDES vê com "muita preocupação" situação do país vizinho: "vai vender a casa para pagar o almoço"

Aloizio Mercadante e Javier Milei (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil | Reprodução/X/@CasaRosada)

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247 - O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Aloizio Mercadante, disse à TV 247 nesta segunda-feira (11) ver com "muita preocupação" a chegada de Javier Milei à presidência da Argentina. O ultradireitista tomou posse neste domingo (10) prometendo um choque neoliberal na economia argentina. Ele inclusive avisou que os próximos meses no país serão de elevação da inflação, aumento da pobreza e arrocho salarial.

Mercadante lembrou que no início do século XX, a Argentina "era o país mais promissor da América Latina", com "um potencial gigantesco". No entanto, para ele, "muitos equívocos históricos na gestão e na política econômica" levaram o país a esta "situação dramática" em que se encontra. >>> Inflação deve superar 200% ao ano já nos primeiros meses de governo Milei e pode sair do controle

Ainda que a situação já não esteja fácil, para Mercadante a chegada de Milei à Casa Rosada representa uma derrocada ainda mais acelerada para a Argentina. Ele também vê o país "vendendo a casa para pagar o almoço". "Eu li uma coisa uma vez no livro do Bill Clinton que eu acho muito interessante. Ele fala assim: quando o homem público cai no buraco, a primeira coisa que ele tem que fazer é largar a pá. E ali [na Argentina] parece que eles estão trocando a pá pela retroescavadeira. Eles vão agora liquidar o patrimônio público, vai perder toda a capacidade do Estado de induzir o desenvolvimento. E essa coisa de só deixar oito ministérios. Imagina você juntar educação com cultura, com esporte e com desenvolvimento social em um país com a situação social e política que eles vivem? Isso impede você de fazer política pública de qualidade, é um retrocesso institucional". 

"Então eu vejo com muita preocupação. Acho que a inflação vai subir rapidamente, pelo choque que eles estão dando. Depois, com a venda das estatais você vai vender a casa para pagar o almoço. Tudo bem, você faz um bom almoço, mas quero saber para frente, o que vai sobrar da Argentina. Vejo com muita preocupação. Acho que é um tema muito preocupante em relação ao futuro”, finalizou.

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