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Centro Carter se antecipa às atas oficiais e declara Gonzalez como venecedor das eleições na Venezuela

Chefe da missão do Centro Carter na Venezuela disse que avaliou os mesmos números apresentados pela oposição

Edmundo Gonzalez (Foto: Reuters)

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247 - O Centro Carter, dos Estados Unidos, respaldou nesta quinta-feira (8) a contagem de votos promovida pela oposição venezuelana e contestada pelo governo de Nicolás Maduro, afirmando que o opositor Edmundo Gonzalez venceu o pleito de 28 de julho com mais de 60% dos votos.

A chefe da missão de observação do Centro Carter na Venezuela, Jennie Lincoln, disse à agência AFP que o centro “avaliou os mesmos números” a partir dos dados disponíveis que a oposição utilizou. 

“A grande irregularidade do dia das eleições foi a falta de transparência da CNE e o flagrante desrespeito pelas suas regras do jogo em termos de produzir o verdadeiro voto do povo venezuelano”, acrescentou ela.

A declaração ocorre após o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, manifestar ao secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, que as atas eleitorais divulgadas pela oposição comprovam vitória de Edmundo Gonzalez na Venezuela. Eles também expressaram nesta quarta-feira a sua disponibilidade para apoiar um “processo liderado pela Venezuela para o restabelecimento das normas democráticas”, afirmou o Departamento de Estado. 

Sem esperar pelos resultados da contagem de votos e subsequente auditoria, Washington pediu à comunidade internacional que reconhecesse González como o vencedor da eleição presidencial na Venezuela. Parlamentares dos EUA e da UE, responsáveis por supervisionar as relações internacionais, também ameaçaram Maduro na última sexta-feira com "responsabilidade" caso ele não abdicasse voluntariamente de seus poderes como chefe de estado após a eleição, alegando que os resultados da votação foram fabricados. 

Os governos de Brasil, Colômbia e México, que mantêm boas relações com a Venezuela, pediram uma “verificação imparcial” do resultado. Brasília expressou dúvidas quanto à credibilidade das atas da oposição. 

A eleição presidencial na Venezuela foi realizada em 28 de julho, e o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do país declarou Nicolás Maduro como vencedor. No dia seguinte, protestos contra os resultados das eleições irromperam no país, com confrontos entre forças de segurança e manifestantes em Caracas e outras cidades, que começaram a atirar pedras e coquetéis molotov nos oficiais de segurança. Mais de 250 postos policiais foram destruídos, múltiplos atos de vandalismo e roubos foram relatados, e dois militares foram mortos.

Na semana seguinte às eleições, as forças de segurança detiveram mais de 2.000 pessoas, acusadas de destruir infraestrutura estatal, incitar ódio e terrorismo. A agitação violenta na Venezuela continuou por um dia após as eleições, após o qual o governo retomou o controle da situação nas ruas. Nos dias seguintes, apoiadores tanto do presidente quanto da oposição realizaram inúmeros comícios, declarando sua vitória, mas foram pacíficos e não envolveram confrontos. (Com agências). 

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