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    Com autorização revogada pela Venezuela, Brasil negocia novo tutor para a embaixada argentina em Caracas

    O Itamaraty anunciou que continuará a exercer a custódia da embaixada até que a Argentina consiga encontrar outro país disposto a assumir o posto

    (Foto: Leonardo Fernandez Viloria/Reuters)

    247 - O governo brasileiro enfrenta um novo desafio diplomático após a revogação da custódia da Embaixada da Argentina em Caracas, feita pelo governo de Nicolás Maduro. O Brasil, que vinha exercendo o papel de protetor do prédio desde que o corpo diplomático argentino foi expulso do país, agora precisa negociar para que outro país assuma a tutela da embaixada argentina na capital venezuelana. Seis colaboradores da opositora María Corina Machado estão asilados no prédio. 

    Segundo o jornal O Globo, diplomatas brasileiros têm tentado encontrar uma solução que evite a invasão do prédio e preserve os canais de comunicação com o governo venezuelano. Um interlocutor próximo das negociações destacou que, neste momento, o foco é garantir que a proteção da embaixada não caia em um vácuo diplomático, evitando, assim, maiores tensões. A ideia de convocar a embaixadora brasileira em Caracas, Glivânia Oliveira, ou chamar para consultas o chefe da representação venezuelana em Brasília, Manuel Vadell, está descartada, para não fechar de vez os canais de diálogo.

    O clima entre os diplomatas brasileiros é de pessimismo, com muitos acreditando que não há perspectiva clara de resolução do impasse. O Itamaraty, em comunicado oficial, expressou surpresa com a medida venezuelana e reafirmou que continuará a exercer a custódia da embaixada até que a Argentina consiga encontrar outro país disposto a assumir essa responsabilidade. Fontes afirmam que o Brasil tenta negociar discretamente, evitando ações que possam prejudicar ainda mais as relações bilaterais.

    A decisão de Maduro foi justificada pelas autoridades venezuelanas com a acusação de que a embaixada estaria abrigando supostos fugitivos da Justiça venezuelana, acusados de planejar atos terroristas. A acusação se refere aos seis colaboradores de María Corina Machado.

    O cerco policial ao prédio da embaixada foi encerrado no domingo (8), após a fuga do candidato opositor Edmundo González, que concorreu contra Maduro nas eleições de 28 de julho, para a Espanha. Este desfecho aliviou momentaneamente a pressão sobre o local, mas o impasse diplomático segue sem solução.

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