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    Equador: Justiça ordena soltura do líder indígena Leonidas Iza

    O líder da Confederação das Nacionalidades Indígenas, detido no âmbito da greve geral, vai cumprir "medidas alternativas" à prisão preventiva

    Leonidas Iza (Foto: Fernando Lagla/Asamblea Nacional del Ecuador)

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    ARN - A justiça equatoriana ordenou nesta quarta-feira (15) a libertação do presidente da Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie), Leonidas Iza, preso na terça-feira por uma mobilização dessa organização no âmbito da greve geral por tempo indeterminado .

    A Procuradoria Geral do Estado informou que o juiz responsável pelo caso ordenou “medidas alternativas” à prisão preventiva “depois de ter descrito a prisão em flagrante” de Iza. O líder indígena será processado por suposta paralisação de um serviço público .

    Durante a audiência, o advogado de defesa de Iza apresentou documentos de prisão domiciliar e um pedido de medidas cautelares apresentado à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) foi admitido para tramitação, segundo o El Universo. Dessa forma, a promotora, que havia solicitado prisão preventiva para a liderança indígena, mudou de ideia.

    Além disso, Iza afirmou que a polícia não leu seus direitos no momento de sua prisão, mas apenas horas depois, e que ele não conseguiu se comunicar com seu advogado e seus familiares.

    O presidente da Conaie, um dos principais opositores do governo, está proibido de sair do país e deve comparecer duas vezes por semana ao Ministério Público, até 4 de julho, dia em que terá início seu julgamento.

    "Tudo é ilegal"

    A prisão de Iza foi criticada por partidos da oposição e organizações sociais, que consideram que não havia elementos para que a Polícia agisse como se estivesse diante de um flagrante delito.

    A Inredh Human Rights Foundation garantiu em sua conta no Twitter que "neste momento tudo é ilegal", incluindo a transferência de Iza para o interior do país, onde "não são dadas as garantias de uma audiência".

    Iza foi detido na cidade de Latacunga, capital da província de Cotopaxi, de onde foi encaminhado para a Unidade de Quito Flagrancia, a cerca de 100 quilômetros, para depois ser novamente transferido para Cotopaxi, onde será realizada a prisão.

    O ministro do Interior disse que o Ministério Público foi solicitado a tornar a audiência virtual para não transferir Iza novamente e evitar a presença de "comunidades que se mobilizam para atacar", em referência a possíveis protestos pela prisão de Iza. Segundo Carrillo, o juiz ordenou que a instância fosse presencial.

    Protesto

    Desde segunda-feira, a Conaie liderou uma greve geral por tempo indeterminado, à qual aderiram 53 grupos sociais, para protestar contra o alto preço dos produtos de primeira necessidade, a precariedade dos hospitais públicos, os preços dos combustíveis, a ausência de créditos para fomentar a produção, a atenção ao setor agropecuário e a privatização de empresas públicas, entre outros.

    Antes da captura de Iza, o presidente Guillermo Lasso anunciou que havia iniciado a prisão "dos autores intelectuais e materiais" dos "atos de vandalismo proibidos pela Constituição e pelas leis", ocorridos durante o dia de protestos.

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