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    Governo da Bolívia nega autogolpe e atribui ação golpista a general rebelde

    "As declarações de Zúñiga carecem de veracidade", disse o ministro do Governo da Bolívia, Eduardo Del Castillo

    Tentativa de golpe de Estado em La Paz (Foto: REUTERS/Claudia Morales)

    247 - O ministro do Governo da Bolívia, Eduardo Del Castillo, afirmou nesta quinta-feira (27) que a tentativa de derrubar o presidente Luis Arce não foi um autogolpe. Segundo Del Castillo, o general responsável pela ação, Juan José Zúñiga, agiu por conta própria. A declaração de Del Castillo vem após Zúñiga, líder dos militares que avançaram contra o palácio presidencial em La Paz nesta quarta (26), afirmar que a ação foi incentivada pelo próprio Arce. Sem apresentar provas, Zúñiga afirmou que o presidente teria arquitetado um autogolpe para aumentar sua popularidade.

    "As declarações de Zúñiga carecem de veracidade", disse Del Castillo em entrevista à emissora de TV Unitel, segundo a Folha de S. Paulo. "Ele já estava informado sobre a perda de seu cargo. Ele havia violado a Constituição. Um militar não pode deliberar sobre política, não pode deliberar sobre temas dentro do território nacional. Os militares estão aqui para cumprir instruções."

    O general Zúñiga foi removido do cargo na terça (25) após fazer uma série de ameaças contra o ex-presidente Evo Morales, que tem planos de concorrer novamente nas eleições presidenciais de 2025 contra Arce, seu afilhado político e atual rival. Del Castillo mencionou que Zúñiga reagiu com calma à demissão e que ninguém poderia imaginar um golpe no dia seguinte.

    De acordo com o ministro, o golpe foi planejado por cerca de três semanas e o governo já havia recebido informações sobre tentativas de desestabilizar o país. A ação resultou em 12 feridos a bala e cerca de dez militares detidos, segundo Del Castillo.

    "Eles enfrentarão acusações por crimes que podem resultar em penas de 15 a 30 anos de prisão", disse o ministro. Até agora, apenas a identidade de Zúñiga e Juan Arnez Salvador, ex-comandantes do Exército e da Marinha, respectivamente, são conhecidas. Eles devem ser acusados dos crimes de terrorismo e levante armado contra a segurança e a soberania do Estado.

    O presidente Arce ainda não se pronunciou sobre as acusações de autogolpe do general, mas agradeceu pela rede social X, antigo Twitter, manifestações de apoio de países da região e organizações bolivianas. Nesta quinta-feira, ele compartilhou uma mensagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "Saudamos e agradecemos o firme apoio do irmão, presidente do Brasil, Lula, que condenou o fracassado golpe de Estado na Bolívia e se manifestou a favor da democracia boliviana", afirmou Arce na postagem.

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