Gustavo Petro também critica deportações dos EUA e proíbe entrada de aviões com migrantes colombianos
Países da América Latina reagem às políticas migratórias norte-americanas e exigem respeito aos direitos humanos
247 - A relação entre os Estados Unidos e os países da América Latina foi marcada por novos atritos nos últimos dias devido à forma como migrantes têm sido tratados. O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, criticou duramente as políticas de deportação norte-americanas e anunciou medidas drásticas. “Os EUA não podem tratar os migrantes colombianos como criminosos. Proíbo a entrada de aviões norte-americanos com migrantes colombianos em nosso território. Os EUA devem estabelecer um protocolo para o tratamento digno dos migrantes antes de os recebermos”, declarou Petro pelas redes sociais.
A decisão ocorre em um momento de crescente tensão regional, em que outros países também têm reagido às práticas dos EUA relacionadas à deportação. No Brasil, um caso recente envolvendo a chegada de 88 brasileiros deportados em condições consideradas degradantes gerou forte repercussão.
Reação brasileira: algemas retiradas e transporte digno
Na última sexta-feira (24), um avião norte-americano pousou em Manaus transportando brasileiros deportados, todos algemados durante o voo. A situação gerou indignação, levando o Ministério da Justiça e Segurança Pública a intervir. Por orientação do ministro Ricardo Lewandowski, a Polícia Federal determinou a imediata retirada das algemas e destacou o desrespeito aos direitos fundamentais.
Em nota, o ministério afirmou que a dignidade humana é um princípio basilar da Constituição Federal e enfatizou a soberania brasileira. A Presidência da República determinou que uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) fosse mobilizada para levar os deportados com segurança e dignidade até o destino final, o Aeroporto de Confins, em Belo Horizonte.
Histórico de tensão com os EUA
As políticas migratórias norte-americanas têm sido alvo de críticas desde o governo de Donald Trump, que deu início a operações de deportação em massa. Em uma das maiores ações da história, 538 pessoas foram detidas, e centenas foram deportadas, muitas vezes em aviões militares. A abordagem tem sido amplamente criticada por organizações de direitos humanos e governos da região, que denunciam violações de direitos fundamentais.
O episódio envolvendo os brasileiros deportados e a decisão do presidente colombiano evidenciam a crescente insatisfação da América Latina com as práticas migratórias dos EUA. Para os governos da região, é indispensável que o tratamento aos migrantes seja conduzido de forma respeitosa e que protocolos de dignidade sejam estabelecidos como padrão internacional.
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