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    Keiko Fujimori acusa a Corte Interamericana de Direitos Humanos de ter "um viés ideológico"

    Para a deputada da extrema-direita peruana, quando se trata de seu pai, "os direitos humanos não existem"

    Keiko Fujimori (Foto: © Guadalupe Pardo / Reuters)
    José Reinaldo avatar
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    Agência Regional de Notícias - A filha do ex-presidente do Peru Alberto Fujimori e ex-candidata presidencial Keiko Fujimori acusou nesta quarta-feira (30) a Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) de ser reconhecida "sempre" por "seu viés ideológico" e enfatizou que a Corte pretende "através de um simples documento" impedir a libertação do ex-presidente, condenado por crimes contra a humanidade e corrupção.

    "Quando se trata de meu pai, não há direitos humanos, nem mesmo o direito mais básico à vida", enfatizou Keiko em áudio compartilhado em sua conta no Twitter. 

    Os comentários da ex-candidata presidencial ocorrem após o pedido da Corte Interamericana ao Estado peruano para que se abstenha de indultar o ex-presidente Fujimori (1990-2000), que cumpre pena de 25 anos de prisão por crimes de corrupção e contra a humanidade.

    O documento detalha que para "garantir o direito de acesso à justiça para as vítimas dos casos Barrios Alto e La Cantuta" (dois massacres, o primeiro de 15 pessoas e o segundo de dez), o Estado peruano deve "abster-se de executar a ordem da Corte Constitucional do Peru de ordenar a libertação de Alberto Fujimori até que esta Corte Internacional decida sobre o pedido de medidas provisórias no 147º Período Ordinário de Sessões”. 

    Após esta declaração, o advogado de Fujimori, César Nakazaki, disse ao Canal N que a justiça adiará a libertação do ex-presidente até pelo menos 6 de abril, quando a Corte Interamericana estudará a situação em uma sessão. 

    Sobre o assunto, a filha do ex-presidente ressaltou que agora "está nas mãos do governo" decidir se aceita a medida "tão precária quanto injusta" da Corte Interamericana. “Se houvesse um mínimo de equilíbrio em sua avaliação, ele não deveria desconsiderar a decisão do Tribunal Constitucional. Se eu ceder a uma manobra tão perversa e desumana, minha família responsabiliza este governo pelas consequências que sua decisão pode ter para a vida e a saúde de Alberto Fujimori”, concluiu.

    O indulto 

    O Tribunal Constitucional (TC) do Peru publicou em 28 de março a resolução tomada dias atrás em favor do indulto a Fujimori e ordenou a "libertação imediata" do político de 83 anos.

    Nesse sentido, o documento detalhou que o pedido de habeas corpus apresentado pela defesa de Fujimori foi considerado “fundado” após a votação ocorrida em 17 de março. 

    Especificamente, os magistrados Augusto Ferrero Costa, José Luis Sardón de Taboada e Ernesto Blume Fortini votaram a favor do indulto, enquanto Manuel Miranda Canales, Marianella Ledesma Narváez e Eloy Espinosa-Saldaña votaram contra. Empatando na votação, o presidente do TC, Ferro Costa, tem voto decisivo.

    Este recurso de habeas corpus anula a resolução do Supremo Tribunal de Justiça (SCJ) que em 2018 havia anulado o perdão humanitário ordenado pelo ex-presidente Pedro Pablo Kuczynski (2016-2018).

    Fujimori, 83 anos, está na prisão de Barbadillo, cumprindo pena de 25 anos de prisão (dos quais ele teria ainda 10 anos para cumprir), por crimes de corrupção e crimes contra a humanidade. No início de março, ele havia sido transferido para uma clínica para atendimento médico. 

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