Maduro prevê o declínio da hegemonia ocidental
Em conversa com o jornalista Ignacio Ramonet, o presidente venezuelano analisou a mudança no poder mundial
247 - Em entrevista com o jornalista Ignacio Ramonet no final de 2024, o presidente Venezuelano, Nicolás Maduro, afirmou que apesar dos desafios atuais, ele está esperançoso quanto ao futuro: “Tenho a certeza de que no final prevalecerão os valores universais, o direito internacional e os interesses dos povos do mundo, particularmente os direitos históricos do Sul Global”.
O líder bolivariano descreveu uma ordem mundial em mudança , caracterizada pelo declínio da hegemonia ocidental e pela ascensão de novos centros de poder global.
“Estamos numa transição do mundo hegemônico, imperial, que dura séculos, poderia dizer milênios ”, declarou Maduro, analisando as mudanças fundamentais no sistema internacional estabelecido após a Segunda Guerra Mundial.
O presidente venezuelano identificou a China como “a superpotência do século XXI” e destacou o papel emergente da Rússia e da Índia na nova configuração global . Salientou também a crescente proeminência de potências médias como o Irã, os Emirados Árabes Unidos, a Turquia e a África do Sul, que estão a redefinir o equilíbrio internacional.
A África ocupou um lugar especial na sua análise. “Diz-se que África é o continente poderoso do futuro com o seu crescimento econômico”, disse Maduro, mencionando especificamente o Egito, a Tunísia, a Argélia, a Etiópia e a Nigéria como nações líderes no processo de transformação do continente.
No contexto latino-americano, o presidente projetou o Brasil como “a grande potência sul-americana e latino-americana” e expressou seu otimismo sobre o futuro do México sob a liderança da presidente Claudia Sheinbaum.
Maduro manifestou a sua preocupação com o “grave processo de exaustão” que a ONU atravessa, criticando o uso do poder militar pelas potências ocidentais em conflitos como Rússia-Ucrânia e as intervenções na Síria e no Iêmen . “Denunciamos quando os mecanismos da ONU são usados para favorecer os interesses dos Estados Unidos ou do império ocidental global”, enfatizou.
Com informações da Telesur
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