México: López Obrador expulsa unidade anti-tráfico suspeita de estar infiltrada pela DEA dos EUA
O presidente disse esta manhã que a decisão de se desfazer da unidade "foi tomada há muito tempo"
Agência Regional de Notícias - O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, anunciou nesta quinta-feira que foi dissolvida uma unidade especializada contra o narcotráfico, que cooperava com a Agência Antidrogas dos Estados Unidos (DEA) há 25 anos, porque "estava infiltrada".
A Unidade de Investigações Sensíveis (SIU) era composta por mais de 50 policiais mexicanos e colaborou na prisão de Joaquín El Chapo Guzmán, líder do cartel de Sinaloa.
O presidente defendeu esta manhã que a decisão de desmantelar o gabinete "foi tomada há muito tempo", referindo que "este grupo, que se supunha ser de um nível estratégico muito elevado, estava infiltrado e os seus chefes estão a ser investigados". "Há prisioneiros", acrescentou durante sua coletiva de imprensa diária.
A divisão não opera desde abril de 2021, revelou a agência de notícias Reuters esta semana. O ex-chefe de operações internacionais da DEA, Mike Vigil, disse à agência que a restrição da cooperação prejudicará os dois países: "Isso significará mais drogas indo para os Estados Unidos e mais violência no México", lamentou.
Sobre as relações com os Estados Unidos sobre o tráfico de drogas, AMLO assegurou que “a cooperação continua” apesar do fechamento deste escritório.
As acusações contra a SIU no México
As SIUs são grupos especializados treinados pela DEA que atuam em 15 países nos quais há atividade de grupos de narcotráfico sob as diretrizes dos governos nacionais.
Na mídia local não está claro se o fechamento do SIU no México é sobre um ou vários escritórios, e é relatado que uma unidade continua funcionando, independente do governo, que funciona na sede da Procuradoria Geral da República.
Em 2017, o ex-chefe do SIU Iván Reyes foi considerado culpado pela Justiça dos EUA por aceitar suborno e vazar informações de traficantes de drogas.
As relações da DEA com o governo AMLO ficaram tensas seis meses antes do fechamento da unidade, após a breve detenção do ex-secretário de Defesa Salvador Cienfuegos, em outubro de 2020 na cidade de Los Angeles.
Na época, Cienfuegos foi acusado de conluio com um cartel de drogas e o presidente mexicano acusou a DEA de ter "pouco profissionalismo". "Eles agiram com muita leveza (...) não foi um bom trabalho, o que eles fizeram não tem fundamento, não importa", acusou AMLO em janeiro de 2021.
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