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    Milei e general Richardson, dos EUA, visitam cidade mais ao sul da Argentina para afastar China de Polo Logístico na Antártica

    Presença de Richardson na base naval de Ushuaia é analisada na Argentina como uma tentativa de aproximação de Washington ao projeto de um Polo Logístico Antártico

    Javier Milei com Laura Richardson em Ushuaia (Foto: Reprodução/YT)

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    247 - O presidente argentino, Javier Milei, reuniu-se na noite de quinta-feira (4) com Laura Richardson, chefe do Comando Sul dos Estados Unidos, para reforçar a sua aliança estratégica com os país norte-americano e afastar possíveis interações com a China. 

    Segundo informações do Infobae, Milei aproveitou o encontro para transmitir um sinal diplomático claro contra as intenções da China na Terra do Fogo e ratificar a sua posição em defesa da soberania sobre as Ilhas Malvinas.

    “Temos a convicção de que a soberania não se defende com isolacionismos e discursos bombásticos, mas com convicção política e construção de alianças estratégicas com aqueles com quem partilhamos uma visão de mundo num mundo de escala global, mas de conflitos crescentes como o que vivemos hoje”, disse o presidente ultraliberal. 

    E concluiu: “É por isso que hoje o melhor recurso para defender a nossa soberania e para enfrentar com sucesso estes problemas é precisamente fortalecer a nossa aliança estratégica com os Estados Unidos e com todos os países do mundo que defendem a causa da liberdade”.

    Leia abaixo reportagem da agência Sputnik Mundo:

    A visita da chefe do Comando Sul, Laura Richardson, à cidade mais meridional da Argentina aproxima os EUA do projeto de um Polo Logístico Antártico que anteriormente interessava à China. Em um diálogo com a Sputnik, o jornalista Daniel Guzmán afirmou que os EUA parecem interessados em que se trate de um projeto 'exclusivamente militar'. 

    Embora seja a segunda vez que a chefe do Comando Sul dos EUA, Laura Richardson, visita a Argentina, nesta ocasião sua agenda incluiu um elemento particular: uma viagem de mais de 3.000 quilômetros de Buenos Aires até Ushuaia, a cidade mais meridional do país, para se reunir com autoridades militares locais.

    A agenda de Richardson inclui uma visita à Base Naval Austral, localizada em Ushuaia, uma dependência da Marinha Argentina situada no canal de Beagle e que é utilizada pela Argentina como principal porto de acesso à Antártica.

    Embora não tenha sido mencionado nas comunicações oficiais dos EUA, a presença de Richardson na base naval de Ushuaia é analisada na Argentina como uma tentativa de aproximação de Washington ao projeto de um Polo Logístico Antártico em Ushuaia. A construção de um porto que ofereça serviços logísticos a todos os países que operam no continente branco é um desejo da Argentina há décadas.

    Em um diálogo com a Sputnik, o jornalista especializado Daniel Guzmán lembrou que o atual governador da província, Gustavo Melella, "esteve falando com capitais estrangeiras" para conseguir uma parceria que tornasse viável a construção do projeto. Em 2021, a gestão de Melella chegou a ter reuniões com representantes da China e da Rússia que mostraram interesse em participar do empreendimento.

    "Creio que o polo logístico é de interesse dos EUA na medida em que em algum momento o governo de Terra do Fogo esteve falando com capitais estrangeiras e se falou que poderia ser com capital chinês. O principal interesse dos EUA é que ninguém invista nesse projeto a não ser eles mesmos", sintetizou Guzmán.

    Guzmán, diretor do meio Agenda Malvinas, explicou que, embora inicialmente o governo provincial de Terra do Fogo, Antártica e Ilhas do Atlântico Sul tenha liderado o projeto, a falta de orçamento e outras investidas fez com que voltasse à órbita da Marinha, proprietária dos terrenos na costa de Ushuaia onde se instalaria o porto antártico.

    Assim, são a Marinha Argentina e o Ministério da Defesa as entidades que ficaram por trás da possibilidade do porto, em um terreno de entre 26 e 30 hectares adjacente ao atual aeroporto da cidade e no qual, por enquanto, apenas foi instalado um galpão.

    Guzmán considerou que, com o governo provincial fora do projeto, os EUA poderiam mudar sua posição original e "querer colocar dinheiro e desenvolver um projeto conjunto" com a Marinha Argentina, assegurando-se de que se trata de um empreendimento "exclusivamente militar".

    "Busca-se impedir que a China ou a Rússia ou qualquer outro país faça uma associação com o governo de Terra do Fogo porque com o governo nacional já têm garantido que isso não vai acontecer", destacou o jornalista.

    Para Guzmán, o apoio explícito de Milei a Richardson "ratifica sua aliança com os EUA" ao mesmo tempo em que consegue "colocar em uma situação incômoda" o governador provincial, opositor à gestão de Milei e que se recusou a receber a chefe do Comando Sul em resposta ao apoio americano à ocupação britânica das Ilhas Malvinas, parte da circunscrição da província de Terra do Fogo.

    Melella, além disso, havia proposto em dezembro de 2023 que sua província se incorporasse como entidade subnacional aos BRICS, após o governo de Milei oficializar sua recusa em confirmar a adesão da Argentina ao bloco fundado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

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