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"Modelo ideológico e extremista” fez com que Brasil e Venezuela se afastassem, diz Maduro

Presidente venezuelano fez um pronunciamento ao lado do presidente Lula após reunião e abriu o país para investimentos brasileiros: “estamos de portas abertas”

Nicolás Maduro, Jair Bolsonaro e Lula (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil | Reuters/Carla Carniel)

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247 - Após uma reunião particular com o presidente Lula (PT) e outra ampliada, com as equipes dos governos brasileiro e venezuelano, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, fez um pronunciamento celebrando a retomada das relações entre os dois países. Ele lembrou dos anos de governo Jair Bolsonaro (PL), que afastaram as duas nações por meio de um “modelo ideológico e extremista” de relações internacionais. “Fizemos uma revisão de tudo o que diz respeito a essa época de ouro das nossas relações, onde o Brasil e a Venezuela se encontravam cara a cara, e se encontravam a partir de uma vontade comum de construir uma América do Sul em paz, com prosperidade e igualdade. E como isso foi estancado de um dia para o outro”. 

"Essa ideologização das relações internacionais é um fenômeno que consiste na aplicação de fórmulas extremistas que vão para a direita e buscam qualificar as relações, dividindo-as, subdividindo-as e atropelando-as. A Venezuela teve a aplicação desse modelo ideológico extremista, que ainda está sendo aplicado. Isso fez com que de repente todas as portas com o Brasil fossem fechadas, ainda que sejamos vizinhos, que se amam como povos. Pretenderam invadir, entrar na embaixada da Venezuela, e felizmente houve grupos solidários, dizendo que esse espaço da embaixada é sagrado. As portas foram fechadas em termos de relações financeiras, econômicas, comerciais, culturais, políticas e diplomáticas. E junto a outros governos que também trabalham com essa fórmula extremista, também tentaram impor um governo à República da Venezuela. Mas isso é passado”, complementou.

Na sequência, Maduro celebrou a retomada do diálogo Brasil-Venezuela e convidou empresários brasileiros a investirem em seu país. “Hoje se abre uma nova época em termos de relações entre nossos povos, e nessa nova época temos frente a nós a construção de um novo mapa de cooperação conjunta, que possa abranger todas as áreas da economia, do comércio, a educação, a agricultura, a cultura, e que possa abranger além disso as áreas de um relacionamento horizontal entre os povos, permitindo um diálogo franco, direto e permanente entre os governos do Brasil e da Venezuela, bem como entre todos os governos da América do Sul. Estamos preparados”. 

“Nossos povos passaram por momentos muito difíceis. Comentei com o presidente Lula: lançaram contra a Venezuela 900 sanções econômicas, sancionaram tudo que era possível sancionar, e a Venezuela passou de uma receita anual de US$ 56 bilhões de dólares - isso falando de petróleo - para US$ 700 milhões por ano. E nós resistimos, com coragem, de pé e sempre com sorriso no rosto. A resistência nos levou ao caminho do estabelecimento de um modelo econômico de recuperação de guerra, e assim pudemos começar a trilhar um caminho para o crescimento. No ano passado crescemos 15%, isso com uma economia não petrolífera. A Venezuela hoje está preparada para que retomemos nossas relações tão virtuosas. A Venezuela está de portas abertas, com plenas garantias a todo o empresariado para que voltemos ao tempo de trabalho conjunto, de investimentos em crescimento econômico. Esperamos que nunca mais ninguém feche as portas entre Brasil e Venezuela”, finalizou Maduro.

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