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    No Dia da Independência da Bolívia, Luís Arce propõe referendo para resolver a crise política e econômica

    O presidente boliviano pediu que os diferentes setores sociais cheguem a acordos para superar as dificuldades

    Luis Arce (Foto: Prensa Latina )

    Sputnik - O presidente da Bolívia, Luis Arce, liderou as celebrações pelo Dia da Independência da Bolívia, declarada em 6 de agosto de 1825 em Sucre, uma das duas capitais do Estado Plurinacional, onde apresentou um relatório detalhado de seu trabalho desde 2020, quando assumiu a presidência. Rodeado de legisladores, funcionários e dirigentes sociais, anunciou várias medidas para proteger a economia.

    Além disso, propôs realizar um referendo para que a população defina se o ex-presidente Evo Morales (2006-2019) pode se candidatar a um novo mandato presidencial. Também os eleitores decidirão se continua a política de subsídio aos combustíveis, que a cada ano custa ao país mais de 1 bilhão de dólares.

    Os atos oficiais se desenvolveram depois que a Assembleia Legislativa Plurinacional acordou a realização das eleições judiciais, atrasadas desde o ano passado. Este processo eleitoral foi finalmente viabilizado por um acordo incomum entre as forças políticas da situação e da oposição, que permitirá eleger em dezembro próximo os magistrados para os tribunais máximos da Bolívia.

    "Como organizações sociais, vamos apoiar as propostas do nosso presidente, porque sabemos que se tornarão realidade", disse à Sputnik a secretária executiva da Federação Departamental de Mulheres Camponesas Indígenas Originárias "Bartolina Sisa" de Santa Cruz, Felipa Montenegro.

    Em seu discurso, o presidente Arce reiterou seu pedido aos deputados do Movimento ao Socialismo (MAS) aliados ao ex-presidente Morales, para que viabilizem uma série de créditos travados na Assembleia há mais de dois anos, que totalizariam mais de 1 bilhão de dólares para a realização de obras em todo o país.

    "Pedimos aos deputados e senadores que parem de asfixiar a economia do povo boliviano. Eles prejudicam esta gestão, que ganhamos nas urnas democraticamente", expressou a dirigente bartolina.

    Também se manifestou a favor do referendo, que será realizado juntamente com as eleições judiciais em dezembro próximo.

    "Me parece uma boa proposta para resolver a crise política. Assim se debate em democracia: demonstrando o que queremos sem medo", analisou.

    Omar Yujra, deputado do MAS alinhado ao presidente Arce, destacou "as propostas do presidente para resolver a falta de combustíveis", contou à Sputnik.

    Em seu discurso, o presidente informou sobre os trabalhos pelo desenvolvimento dos biocombustíveis, assim como no incentivo à exploração e extração de novos poços de hidrocarbonetos.

    Após semanas com carência de diesel e gasolina, o governo nacional conseguiu importar milhões de litros para abastecer a frota automotiva. Alguns setores, como o dos transportadores, realizaram várias manifestações e ameaçavam intensificá-las.

    Yujra também ressaltou a viabilidade das eleições judiciais, assim como o referendo para limitar (ou não) a quantidade de candidaturas presidenciais às quais um cidadão boliviano pode concorrer, em clara referência ao ex-presidente Morales.

    "São temas que, sem dúvida, vão marcar a agenda dos próximos meses", considerou o deputado. Nesse sentido, ponderou a importância das cúpulas sociais e empresariais anunciadas por Arce para tratar dos temas mais controversos da política e da economia local.

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