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    "Parece ter sido ditada pelos EUA", diz Venezuela sobre nota do Brasil que aborda eleições no país

    Comunicado emitido pelo chanceler da Venezuela classifica nota do Itamaraty como "cinzenta e intervencionista"

    Nicolás Maduro (Foto: Reuters/Leonardo Fernandez Viloria)

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    247 - O chanceler da Venezuela, Yvan Gil, emitiu uma nota oficial nesta terça-feira (26) repudiando o comunicado recente do Ministério das Relações Exteriores do Brasil. A declaração brasileira expressava preocupações sobre o processo eleitoral na Venezuela, observando o impedimento da candidata indicada pela Plataforma Unitaria, força política de oposição, de registrar sua candidatura, entre outros pontos.

    Segundo Gil, o comunicado brasileiro é considerado "cinzento e intervencionista", sugerindo que possivelmente teria sido "ditado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos". Ele argumentou que o comunicado continha comentários carregados de "profundo desconhecimento e ignorância sobre a realidade política na Venezuela".

    O chanceler venezuelano enfatizou o compromisso de seu país com os princípios diplomáticos e de não interferência nos assuntos internos de outras nações, incluindo o Brasil. Ele destacou que a Venezuela não emite juízos de valor sobre processos políticos e judiciais em outros países e espera o mesmo respeito em troca. Confira o comunicado do chanceler venezuelano na íntegra:

    O Ministério do Poder Popular para as Relações Exteriores da República Bolivariana da Venezuela repudia o comunicado cinzento e intervencionista redigido por funcionários da chancelaria brasileira, que parece ter sido ditado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos, no qual são emitidos comentários carregados de profundo desconhecimento e ignorância sobre a realidade política na Venezuela.

    O governo venezuelano tem mantido uma conduta fiel aos princípios que regem a diplomacia e as relações amistosas com o Brasil, sendo que em nenhuma hipótese, emite, nem emitirá juízos de valor sobre os processos políticos e judiciais que ocorrem naquele país, consequentemente tem a moral para exigir o mais estrito respeito pelo princípio da não ingerência nos assuntos internos e em nossa democracia, uma das mais robustas da região.

    Chama a atenção que a chancelaria brasileira não esteja preocupada com as tentativas de magnicídio e desestabilização que foram desmanteladas nas últimas semanas, incluindo a tentativa de ontem, quando um extremista da organização Vente Venezuela foi preso com armas, disposto a atentar contra a vida do presidente Nicolás Maduro Moros, durante a impressionante manifestação que o acompanhou no momento da sua inscrição como candidato.

    O Poder Eleitoral venezuelano convocou para o dia 28 de julho deste ano, a eleição presidencial que corresponde por mandato constitucional. Esta ocorrerá de maneira exitosa, como o resto dos acontecimentos que se completaram nos últimos 25 anos da Revolução Bolivariana, sem intervenção ou tutela de qualquer força estrangeira.

    Finalmente, o Governo Bolivariano agradece as expressões de solidariedade do Presidente Lula Da Silva, que condenam direta e inequivocamente o bloqueio criminoso e as sanções que o governo dos Estados Unidos impôs ilegalmente, com o objetivo de produzir dano ao nosso povo.

    Caracas, 26 de Março de 2024

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