Petro critica Trump por declarações sobre anexações e renomeação do Golfo do México: “demonstração de supremacia branca”
Presidente colombiano alerta para retórica colonialista e ganância climática no Ártico
247 - O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, manifestou-se veementemente contra as declarações do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que sugeriu a anexação do Canadá e da Groenlândia, operações militares no Canal do Panamá e a mudança do nome do Golfo do México para “Golfo da América”. Em um post no X (antigo Twitter), Petro classificou as propostas como uma demonstração de supremacia branca e uma afronta histórica às soberanias da América Latina e do Caribe.
“Há um esquecimento muito letal da história das Américas. Na América do Norte, após a violenta conquista da Espanha, que destruiu as grandes civilizações ancestrais do continente, a maior parte da América do Norte era mexicana”, escreveu Petro, destacando que territórios como Califórnia, Texas e Flórida foram anexados pelos EUA de forma violenta, mantendo até hoje uma ascendência indígena e latina.
"Retórica colonialista" e apagamento histórico
Petro criticou a proposta de renomear o Golfo do México como mais um exemplo de apagamento cultural. Segundo ele, ao substituir um nome com raízes pré-hispânicas por um termo de origem latina e romana, os EUA reforçam sua visão colonialista. “É uma demonstração de supremacia branca, que mesmo entre os próprios descendentes arianos se esquece que os primeiros europeus a chegar ao que hoje é a América do Norte foram os vikings, ancestrais dos dinamarqueses, atuais donos da Groenlândia”, afirmou.
O presidente colombiano destacou a necessidade de buscar soluções pacíficas e cooperativas para os desafios do continente, ao invés de propostas que perpetuem a violência e a desigualdade. “Devemos procurar formas de partilhar o continente de uma forma pacífica e não violenta, como atualmente proposto”, reforçou.
Crise climática e disputas geopolíticas
Petro também alertou para o valor estratégico da Groenlândia e do Polo Norte em um cenário de crise climática, apontando que a região possui recursos hídricos cruciais para a sobrevivência da humanidade. “A Groenlândia mantém a água doce do planeta, assim como o Canadá, a Sibéria e os EUA. Na crise climática, o Polo Norte é a última zona de habitação humana. E a ganância já tem planos para ela”, disse.
O presidente criticou a visão de que territórios como a América Latina, o Caribe e outras regiões do Sul Global sejam vistos como descartáveis pelas grandes potências, comparando a exclusão e exploração desses territórios ao sofrimento da população de Gaza. “Eles querem nos ver como descartáveis, e Gaza é o exemplo”, concluiu.
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