Polícia faz operação de busca e apreensão na casa de Dina Boluarte, presidente do Peru
Ela é investigada pelos crimes de enriquecimento ilícito e omissão de declarações patrimoniais em documentos públicos. Caso surgiu a partir de denúncia sobre coleção de relógios
247 - Na madrugada deste sábado (30), uma operação conjunta envolvendo cerca de 40 agentes e procuradores peruanos teve lugar na residência da presidente do Peru, Dina Boluarte, como parte de uma investigação em andamento por suposto enriquecimento ilícito. A ação foi desencadeada após uma reportagem de uma emissora local, no início deste mês, levantar questões sobre o uso de joias da marca Rolex pela mandatária desde 2021, sem que estas fossem declaradas como parte de seu patrimônio.
Segundo informações de um documento policial, os agentes realizaram buscas na residência da presidente com o objetivo de apreender os relógios Rolex, cuja origem e aquisição não foram devidamente especificadas por Boluarte, segundo reportagem da AFP, repercutida pelo jornal O Globo.
A presidente peruana está sob investigação desde 18 de março por suposto crime de enriquecimento ilícito e omissão de declarações patrimoniais em documentos públicos. O caso ganhou destaque a partir de uma denúncia jornalística que apontava uma suposta coleção de relógios de última geração não declarados pela mandatária.
A operação, autorizada pelo Supremo Tribunal de Investigações Preparatórias e presidida pelo juiz Juan Carlos Checkley, contou com a participação do Ministério Público e da polícia, sendo transmitida ao vivo pela emissora local. Nas imagens, agentes cercaram a residência localizada no bairro de Surquillo, em Lima, enquanto uma barreira humana foi montada para impedir o trânsito de veículos nos arredores.
O desenrolar desse escândalo pode ter repercussões políticas significativas, uma vez que existe a possibilidade de um pedido de vacância (demissão) de Boluarte no Congresso, sob alegação de "incapacidade moral". Contudo, para que tal medida seja viabilizada, seria necessário um apoio conjunto de grupos de direita, que atualmente controlam o Parlamento unicameral e são a base política da mandatária, e grupos minoritários de esquerda.
Até o momento, os promotores que conduziram a operação na residência de Dina Boluarte não prestaram declarações aos jornalistas, enquanto a investigação segue em andamento.
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