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Presidente do Parlamento da Venezuela denuncia os EUA por não cumprir acordos

Jorge Rodríguez, presidente da Assembleia Nacional, diz que a Venezuela não é um país tutelado, mas independente e soberano

Jorge Rodríguez, presidente da Assembleia Nacional da Venezuela (Foto: Assembleia Nacional/Telesur)

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247 - O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Jorge Rodríguez, denunciou nesta quarta-feira (17) que os Estados Unidos descumpriram os acordos assinados entre as delegações de ambos os governos, resultantes das reuniões ocorridas desde junho de 2023 no Catar, Itália e México, onde foram discutidos temas como energia, política, diplomacia e migração, informa a Telesur.

"Os Estados Unidos viraram as costas para a imensa maioria do povo venezuelano, para as maiorias chavistas, opositoras, independentes do povo venezuelano. Nossa indicação é que o povo venezuelano levante a voz, com a maior força possível, contra essas sanções criminosas e assassinas e contra aqueles que as solicitaram", expressou Rodríguez, que também é chefe da delegação do governo para os diálogos, durante uma coletiva de imprensa na qual demonstrou que a nação do norte não cumpriu sua parte nos acordos.

Nesse sentido, Rodríguez detalhou todos os elementos associados às reuniões ocorridas em Doha, capital do Catar, Milão na Itália, e na Cidade do México, "para explorar e atender a um pedido feito em maio pelo governo dos EUA ao Catar para solicitar uma ponte, um elo que nos permitisse iniciar conversas sobre energia, política, diplomacia e migração".

Rodríguez destacou que os primeiros encontros para gerar pontes para o diálogo ocorreram em 7 de maio de 2023 em Doha, e embora "desde o primeiro momento a intenção da delegação dos EUA fosse buscar o levantamento das sanções das medidas coercitivas unilaterais contra a Venezuela", a delegação do país sul-americano deixou claro desde o início sua disposição "a conversar e que as sanções jamais deveriam ter sido impostas por serem ilegais, ilegítimas e estarem em desacordo com o Direito Internacional".

Sobre isso, ele apontou que ocorreram reuniões nos dias 3 e 4 de junho em Milão, nos dias 8 e 10 de junho em Doha, nos dias 3 e 4 de agosto novamente em Milão e nos dias 27 e 28 de setembro de 2023, além de duas últimas reuniões realizadas nas últimas semanas na capital mexicana.

"Em 28 de setembro de 2023, Venezuela e EUA assinaram dois memorandos de entendimento. Um sobre migrações e outro sobre temas políticos, diplomáticos e de relações entre os governos", explicou.

Rodríguez leu o conteúdo de ambos os memorandos. No de temas políticos, está previsto que a Venezuela "fornecerá, para fins informativos, uma cópia do rascunho de acordo político negociado com a Plataforma Unitária da Venezuela (PUV)" e anunciará junto à PUV a data da próxima rodada de diálogo.

Além disso, ele ressaltou que nos Acordos de Barbados, ficou claro que "aqueles que violaram as leis ou a Constituição da Venezuela ou que estão sujeitos a qualquer medida de inabilitação podem recorrer, mas se o tribunal concluir que essa pessoa pediu que um Exército estrangeiro invadisse a Venezuela, criasse uma força multilateral ou aplaudisse quando Trump roubou a gasolina da Venezuela ou quando era muito difícil trazer medicamentos ou insumos para combater a pandemia de Covid-19”, não poderiam ser candidatos a cargos públicos e políticos.

"Desde que começamos a falar em 7 de maio de 2023 até a presente data, foram registradas nove conspirações contra a paz da República, contra funcionários da República, incluindo o presidente Nicolás Maduro, organizadas na Colômbia e denunciamos isso à delegação norte-americana várias vezes", precisou, e lembrou da Operação Braçadeira Branca e das tentativas de desestabilização provenientes da Colômbia.

"Nós tínhamos compromissos e todos nós os cumprimos", e esclareceu que a parte venezuelana assinou o acordo com a chamada PUV em 18 de outubro de 2023; rejeitou qualquer forma de violência, mas a extrema direita venezuelana, não; convidou da União Europeia; auditou o registro eleitoral e garantiu acesso livre, igualitário e equilibrado aos meios de comunicação e redes sociais dos candidatos.

Nesse sentido, ele observou que em relação ao presidente Nicolás Maduro, existe "uma recompensa fraudulenta sobre sua pessoa assinada por um promotor espúrio, bêbado, alcoólatra que agora está preso nos EUA. O único que não pode sair tranquilamente é Maduro, porque em 25 de março ele foi se inscrever e havia dois do Vente Venezuela dispostos a matá-lo”.

Quanto à indicação da data aproximada das eleições, Rodríguez destacou que isso cabe apenas ao governo venezuelano, aos cidadãos de seu país e ao sistema eleitoral, por isso foi assinado com a PUV o compromisso de que as eleições seriam no segundo semestre de 2024.

Por sua vez, ele denunciou que os EUA se comprometeram a emitir uma licença geral para autorizar operações no setor de gás e petróleo e autorizar transações relacionadas com o Banco Central da Venezuela; mas não o fizeram.

Em relação ao memorando sobre migração, Rodríguez explicou que a Venezuela permitiu que, de maneira ordenada, procedesse a repatriação de venezuelanos, que o governo recebe de braços abertos.

"Houve uma inversão no fluxo migratório porque a Venezuela está vivendo um período importante de recuperação econômica e social", disse, ao mesmo tempo que destacou que em matéria de migração, "no mesmo dia em que roubaram o avião da Emtrasur e o despedaçaram de forma brutal e covarde em um aeroporto da Flórida", Venezuela considerou descumprido o acordo de migração.

"Nós temos palavra. Se eles não cumprem, está tudo bem. Falaremos quando recuperarem a palavra, a assinatura e suspendermos os voos", assegurou.

O presidente da Assembleia Nacional destacou que a Venezuela demonstrou que, no meio das sanções pedidas por figuras como María Machado, Julio Borges, Leopoldo López e outros, sobre os quais pesa o sofrimento do povo venezuelano, o país mostrou que pode produzir.

"Nós mostramos que podemos produzir a comida que comemos, mostramos que podemos conseguir consensos e alianças com setores que estão contra as sanções impostas", sentenciou.

Além disso, assegurou que o país sairá adiante e instou os venezuelanos a terem a "segurança de que as eleições serão realizadas no próximo mês de julho de 2024. A Venezuela demonstrou que, no meio das mais severas sanções cresceu".

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