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    Presidente equatoriano pretende intensificar repressão e adotar modelo de El Salvador

    Daniel Noboa pretende construir prisões de segurança máxima, inspiradas no modelo de Nayib Bukele de El Salvador

    Daniel Noboa durante a eleição presidencial, em Santa Elena, Equador 15/11/2023 (Foto: REUTERS/Santiago Arcos)

    247 – O presidente equatoriano, Daniel Noboa, que prometera adquirir barcos-prisão para afastar os líderes de gangues das prisões costeiras, enfrenta sua primeira crise, após a fuga de José Adolfo Macías Villamar, conhecido como Fito, líder da facção criminosa Los Choneros. A promessa de adquirir três navios foi anunciada durante a campanha eleitoral, mas o presidente reconheceu que não resolve a grave situação carcerária. Após a fuga de Fito, o governo declarou estado de exceção, enfrentando sequestros, tumultos em presídios e ataques armados. O presidente emitiu um decreto de Conflito Armado Interno, solicitando intervenção militar contra organizações criminosas ligadas ao narcotráfico. A medida inclui toque de recolher e militarização de áreas estratégicas, segundo aponta reportagem do Globo.

    O presidente Noboa, inicialmente, destacou os barcos-prisão como medida temporária, complementar à construção de prisões de segurança máxima. A construção de duas dessas prisões, inspiradas no modelo de Nayib Bukele de El Salvador, está programada para janeiro. No entanto, analistas apontam que a questão vai além da infraestrutura, envolvendo a penetração do crime organizado no sistema judicial. O analista de segurança Luis Carlos Córdova destaca a necessidade de enfrentar o envolvimento criminoso nas instituições estatais, revelado por investigações da Procuradoria Geral da República.

    O Equador enfrenta altos índices de violência, com 40 homicídios por 100 mil habitantes. O Plano Fênix de Noboa, divulgado fragmentadamente, busca o controle estatal das prisões, historicamente prometido sem sucesso pelos governos anteriores. A ligação direta entre prisões e violência nas ruas persiste, com líderes criminosos orquestrando crimes de dentro das celas. A medida dos barcos-prisão visa isolar líderes de facções, impedindo o uso livre de equipamentos de comunicação nas prisões.

    A aquisição de barcos-prisão é criticada como paliativa, carecendo de implementação clara. Analistas apontam a necessidade de mudanças legais, sugerindo um "sistema de estado de exceção permanente", semelhante ao modelo de Bukele em El Salvador. A complexidade do desafio carcerário no Equador requer uma abordagem mais abrangente para conter a violência e a influência do crime organizado.

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