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    Uruguai propõe zona de livre comércio na Celac e alerta contra 'caráter ideológico' do grupo

    Presidente Luis Lacalle Pou também criticou o 'protecionismo' do Mercosul e defendeu as negociações entre Montevidéu e Pequim para um acordo de livre comércio

    Luis Lacalle Pou (Foto: REUTERS/Henry Nicholls/Pool)

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    247 - O presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, propôs na tarde desta terça-feira (24), no âmbito da cúpula da Celac, em Buenos Aires, capital da Argentina, a criação de uma zona de livre comércio entre os 33 países da América do Sul e do Caribe que integram o grupo. 

    "Não é hora de sinceras relações? E que a Celac promova uma zona de livre comércio, do México à América do Sul”, disse o presidente uruguaio, acrescentando: “muitas das nossas economias são complementares e estou certo de que poderíamos avançar nesse sentido”.

    Lacalle Pou opinou ainda que muitas vezes os discursos feitos em fóruns como a Celac não são implementados. Ele destacou ser hora de colocar a teoria em ação.

    “Para que este tipo de fórum sobreviva”, continuou ele, “é preciso gerar esperança. E as esperanças são geradas no caminho percorrido, na prática da ação”. 

    Por outro lado, o presidente uruguaio alertou que organizações como a Celac não podem "ter o caráter de um clube de amigos ideológicos". 

    E continuou, em aparente referência a países socialistas como Cuba, Venezuela e Nicarágua: “além disso, na variedade, na mudança e na alternância estará a nossa força (...), porque em nenhum momento algum de nós estará lá”.

    Sem citar diretamente nenhum país, Lacalle Pou afirmou que algumas das nações que fazem parte da Celac não respeitam os direitos humanos.

    “Fala-se de respeito à democracia, às instituições e aos direitos humanos (no documento conjunto que os integrantes do bloco vão assinar). Mas há países aqui que não respeitam a democracia nem as instituições", disse Lacalle Pou. 

    O presidente Lula chega nesta terça-feira a Montevidéu e será recebido pelo presidente Lacalle Pou para uma reunião fechada. Segundo o assessor especial da Presidência Celso Amorim é preciso respeitar as demandas do Uruguai e encontrar formas de atender interesses, mas sem prejudicar o Mercosul.

    Mercosul

    O presidente Lacalle Pou também criticou no evento o que chamou de 'protecionismo' excessivo do Mercosul e defendeu que o Uruguai 'se abra para o mundo', em meio a críticas do Brasil sobre as negociações avançadas entre Montevidéu e Pequim para um acordo de livre comércio.

    Ele afirmou: “se há uma proposta superior ou melhor de um dos países do bloco [Mercosul], seja bem-vinda”. “Nesse caso, a China é nosso maior parceiro comercial”. 

    “O Mercosul é a quinta região mais protecionista do planeta. Entendemos as posições de outros países que têm interesses e posições distintas. O Uruguai precisa abrir-se ao mundo. E isso é uma visão deste governo. A gente vem caminhando e estamos nessa etapa”, completou. 

    O presidente Lula chega nesta terça-feira a Montevidéu e será recebido pelo presidente Lacalle Pou para uma reunião fechada. Segundo o assessor especial da Presidência Celso Amorim é preciso respeitar as demandas do Uruguai e encontrar formas de atender interesses, mas sem prejudicar o Mercosul. 

    "Nossa posição é que prezamos muito a relação com o Uruguai, é um exemplo de civilidade em várias questões, mas achamos que o Mercosul deve ser preservado", disse Amorim a jornalistas às margens da Celac. "Eles podem ter questões a colocar, de que não tiram os benefícios que poderiam ter. Vamos ter uma primeira conversa". (Com informações da Reuters e El País). 

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