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    Venezuela ganha julgamento e recupera ativos roubados por banco português

    A vitória da Venezuela no litígio judicial permite ao país sul-americano recuperar mais de US$ 1,5 bilhões até agora retidos em Portugal

    Homem segura bandeira da Venezuela (Foto: Reuters)

    AbrilAbril - Manifestantes desfraldam um pano à frente da sede do Novo Banco, em Lisboa, exigindo o desbloqueio dos [1,543 bilhões] de euros do Estado Venezuelano ilegalmente retidos por aquele banco. 

    De acordo com a sentença emitida pelo Tribunal Central Civil de Lisboa, a entidade financeira tem de cumprir as ordens de transferência dadas em relação aos valores depositados.

    O tribunal decreta que os fundos devem ser devolvidos às contas do Banco de Desarrollo Económico y Social de Venezuela (Bandes); Banco Bandes Uruguay, S.A.; Petróleos de Venezuela S.A.; PDVSA Petróleo, S.A.; Petrocedeño; PDVSA Services B.V.; Petromonagas, S.A.; Petropiar S.A. e BARIVEN, S.A. – as nove empresas públicas titulares de contas cujos activos estavam retidos no banco português.

    A retenção dos activos na entidade bancária ocorreu no contexto das sanções e do bloqueio impostos pelos EUA ao país caribenho, bem como no quadro de alinhamento da política externa portuguesa com os interesses norte-americanos, que envolveu, inclusive, o reconhecimento do autoproclamado presidente venezuelano que nunca o foi, Juan Guaidó – marioneta utilizada a seu tempo por Donald Trump.

    Na decisão judicial, o tribunal referido declara fundamentado o recurso judicial interposto e reconhece como legais os representantes das entidades queixosas, pelo que o Novo Banco terá de reembolsar o dinheiro que reteve nas contas dos titulares da Venezuela, refere a VTV.

    No processo, as autoridades venezuelanas alegaram que o Novo Banco celebrou contratos legais com as entidades do país e indicaram que, enquanto titulares, exigiam ao banco que transferisse os fundos depositados noutras contas, algo que a entidade não realizou, sem apresentar justificações.

    Possuindo as deliberações carácter vinculativo, o banco português é obrigado a cumpri-las, executando o pagamento do saldo final na data do cancelamento dos contratos e também o dos juros de mora, desde que foi notificado o requerimento.

    O ano passado, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, denunciou o caso junto das Nações Unidas, acusando o Novo Banco de estar a reter o dinheiro que pertencia ao país.

    Também afirmou que, tal como noutros pontos do mundo, o roubo dos activos venezuelanos em Portugal fazia parte do acosso económico ao país sul-americano dirigido pela administração dos EUA e que, na sua maioria, as verbas se destinavam à aquisição de medicamentos e alimentos.

    No Twitter, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Yván Gil, destacou a vitória do seu país no pleito judicial, bem como a recuperação do controlo de activos em Portugal.

    “Isto é o resultado de um longo trabalho e sobretudo da resistência do Povo Venezuelano e do governo de Nicolás Maduro, que não se deixam vergar por ameaças do imperialismo e do entreguismo golpista”, frisou.

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