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    Venezuela realiza hoje referendo sobre a anexação da província de Essequibo, na Guiana

    Região tem reservas de petróleo estimadas em 11 bilhões de barris

    Nicolás Maduro (Foto: Correo del Orinoco )

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    247 – Neste domingo (3/12), a Venezuela realiza um referendo consultivo sobre a anexação da Guiana Essequiba, um território repleto de recursos naturais e disputado desde o século 19. O foco está nos estimados 11 bilhões de barris de petróleo presentes na região. O Brasil, maior potência da América do Sul, busca mediar a situação e evitar conflitos armados. Carlos Eduardo Vidigal, professor da Universidade de Brasília e especialista em relações internacionais latino-americanas, sugere que a votação pode ser uma estratégia do governo Maduro para pressionar Georgetown ou preparar uma mobilização militar e social, segundo reportagem do Metrópoles.

    A área em questão é cobiçada pela sua abundância de petróleo e gás natural. A ExxonMobil, ao explorar o bloco Stabroek na Guiana, prevê uma produção de 1,2 milhão de barris por dia até 2027. Nicholas Borges, analista de política internacional, observa que a anexação beneficiaria a Venezuela com recursos naturais, mas prejudicaria a economia da Guiana, cujo PIB cresceu significativamente desde 2015.

    Além dos recursos, a questão tem raízes históricas, podendo influenciar as eleições presidenciais venezuelanas de 2024. Vidigal aponta um forte sentimento nacionalista na Venezuela, que pode ser usado por Maduro para unificar a sociedade em torno de seu governo.

    Os venezuelanos votarão em cinco perguntas, abordando temas como a rejeição da Sentença Arbitral de Paris de 1899, o apoio ao Acordo de Genebra de 1966, e a não reconhecimento da jurisdição da Corte Internacional de Justiça na disputa. O resultado do plebiscito será divulgado entre 8 de dezembro e 6 de janeiro.

    A tensão aumenta com o risco de conflito armado, e o Brasil intensifica a vigilância militar na região. A comunidade internacional, incluindo países como Rússia, China e Irã, pode pressionar a Venezuela a evitar o uso da força.

    A disputa se originou no século 19, quando a Guiana era uma colônia britânica. A Sentença Arbitral de Paris de 1899 retirou a Essequibo da Venezuela, que hoje se apoia no Acordo de Genebra de 1966 para contestar a área. Recentemente, a Corte Internacional de Justiça orientou a Venezuela a evitar ações que alterem o status quo, embora Maduro reitere sua posição histórica e incite a população a votar a favor da anexação.

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