13º salário: ganha o trabalhador, ganha o Brasil
O 13º não é só um marco histórico; é a prova de que a força das trabalhadoras e dos trabalhadores organizados pode transformar a realidade
O 13º salário, conquistado em 1962 durante o governo de João Goulart, é muito mais do que um privilégio ou uma "jabuticaba" brasileira, como já foi ironicamente descrito por críticos como o ex-vice-presidente Hamilton Mourão. Trata-se de um direito fruto da luta sindical, consolidado após greves e protestos que marcaram a história dos trabalhadores e trabalhadoras no Brasil.
Na época, empresários e economistas conservadores previam que a medida "quebraria" o país. Hoje, 62 anos depois, vemos um cenário totalmente diferente. O pagamento do 13º impulsiona a economia brasileira anualmente, movimentando setores como o comércio e os serviços, gerando empregos temporários e incrementando a renda de milhões de brasileiros e brasileiras. Em 2024, por exemplo, a expectativa é de que mais de R$ 320 bilhões sejam injetados no mercado.
Essa gratificação de fim de ano não é um "bônus" nem uma "gentileza" dos patrões. O 13º é uma compensação justa para os 13 meses trabalhados — uma matemática que reflete a jornada anual de 52 semanas divididas em 4 semanas por mês. Reconhecê-lo como um direito é essencial para valorizarmos o esforço do trabalhador e da trabalhadora, além da sua contribuição para o país.
Apesar de sua importância econômica e social, o 13º ainda é alvo de ataques. Narrativas que o apresentam como um peso para o empregador desconsideram que ele é parte fundamental do ciclo econômico brasileiro. É, na verdade, uma política redistributiva que beneficia não apenas a classe trabalhadora, mas também empresários e o mercado como um todo.
Nos cabe desmistificar discursos que tentam enfraquecer conquistas como essa, reafirmando o papel das organizações sindicais na defesa dos direitos trabalhistas. É graças a essas lutas que o 13º se consolidou como uma política econômica estratégica, capaz de reduzir desigualdades e fomentar o desenvolvimento do país.
O 13º não é só um marco histórico; é a prova de que a força das trabalhadoras e dos trabalhadores organizados pode transformar a realidade. Defender esse direito é defender a dignidade daqueles e daquelas que sustentam a nossa economia e impulsionam o país.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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