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    Sandro Cezar

    Presidente licenciado da CUT-Rio

    15 artigos

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    2022: ano decisivo

    Em 2022 é preciso dar continuidade, com muita força e muita energia, às mobilizações contra os retrocessos

    (Foto: Paulo Pinto/ Agência PT)

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    2021 não foi um ano fácil. Nas ruas e nas redes, tivemos o enfrentamento do governo Bolsonaro pelos movimentos sociais, com intensa mobilização. A Central Única dos Trabalhadores teve um papel marcante no combate às ideias bolsonaristas. Foi o começo: em 2022 intensificaremos ainda mais essa luta.

    Não tem sido fácil. Em mais um ano de pandemia, os sindicatos tiveram que se reinventar para defender direitos. Nacionalmente, enterramos a reforma administrativa que pretendia desmontar o serviço público e os direitos dos servidores e servidoras. O Rio de Janeiro não teve o mesmo desfecho. Tanto no estado, com o governador Claudio Castro, quanto na capital, com o prefeito Eduardo Paes, as reformas se adiantaram ao debate nacional e, infelizmente, não foi possível impedir que o prefeito e o governador emplacassem as reformas administrativas.

    Por outro lado, tivemos importante vitória no nosso estado: a aprovação do plano de carreira dos profissionais da saúde. Uma demanda de décadas de trabalhadores e trabalhadoras de um setor fundamental na pandemia, responsável por salvar tantas vidas. A CUT-Rio intermediou o debate político e essa articulação, junto com a mobilização dos sindicatos, dos movimentos organizados e dos próprios trabalhadores, levou à vitória.

    Ainda na área da saúde, uma conquista histórica para a enfermagem: o piso salarial aprovado no Senado busca agora aprovação na Câmara. A categoria, formada majoritariamente por mulheres negras, possui baixíssimos salários, apesar da intensa jornada de trabalho e o iminente risco de morte, devido à exposição ao coronavírus. Esta é uma forma de combater ao racismo. E nesse sentido, seguiremos atuando também no combate à violência policial no Rio de Janeiro, que vitima negros e negras diariamente. Enfrentamento que precisa ser feito em todo o Brasil, mas aqui especialmente, já que a violência policial é preponderante nos assassinatos de pessoas negras.

    Precisamos também reduzir o desemprego que está em inaceitáveis 13,2%, sendo no Rio de Janeiro o maior índice do país. A recuperação econômica e a geração de empregos são fundamentais para que tenhamos dignidade em viver aqui. 

    Em 2022 é preciso dar continuidade, com muita força e muita energia, às mobilizações contra os retrocessos. As próximas eleições serão uma oportunidade valiosa para que o povo brasileiro decida o tipo de país que quer nos próximos quatro anos. O Brasil que sonhamos é um país forte, soberano, com distribuição de renda e de riqueza. Para isso, é necessário que a classe trabalhadora busque as suas representações no executivo e no legislativo, que ocupe os espaços de poder para reconstituir os direitos destruídos no governo Bolsonaro. 

    Por fim, considero que nada constrói mais do que o amor que o nosso povo demonstrou nesse momento de dor que atravessamos. Acreditamos que é possível devolver nosso estado para o lugar de onde ele nunca deveria ter saído. O Rio representa a síntese do povo brasileiro: bom, trabalhador e detentor de muita esperança. 

    É preciso ainda lembrar: o Brasil precisa de governantes que representem o povo brasileiro, seus sonhos, suas esperanças, suas dores, suas necessidades, enquanto classe trabalhadora. Estamos ávidos por um representante que sonhe com um Brasil diferente do atual, onde possamos criar nossos filhos e voltar a acreditar em um projeto de nação.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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