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    Dilermando Toni

    Jornalista, ex-editor de A Classe Operária, autor na revista Princípios. Foi membro da direção nacional do PCdoB.

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    79 anos da vitória sobre o nazifascismo

    O que estava em questão na 2ª Guerra Mundial?

    Parada militar na Praça Vermelha, em Mosocu, comemora Dia da Vitória (Foto: Ramil Sitdikov/Reuters)

    Por Dilermando Toni - O sistema imperialista como um todo estava em profunda crise advinda da depressão de 1929/33. Alemanha que havia sido derrotada na 1ª Guerra Mundial, enfrentou um período de grandes dificuldades no pós-guerra. Grandes instabilidades, inflação gigantesca e governos que não conseguiam pôr termo à crise e fazer o país avançar. Foi nesse contexto que surgiu uma alternativa de ultra direita, foi ganhando espaços e eleições, depois deu um golpe, cujo álibi foi um incêndio forjado no parlamento alemão, e emplacou Hitler no poder, no começo dos anos 1930. Prometia reconstruir uma grande Alemanha e fazer valer sua supremacia racial. Dizia precisar de um espaço vital para o crescimento alemão. E decidiu avançar sobre a URSS, depois de dominar uma série de países europeus. Com o objetivo primeiro de destroçar, ocupar e recolonizar a URSS. E também superar outros países imperialistas.

    Então aqui um 1º ponto. A ascensão do nazismo foi a principal causa da guerra.

    E como se pode caracterizar o nazismo?

    Segundo Dimitrov, búlgaro dirigente da Internacional Comunista, o nazismo é a ditadura terrorista do capital financeiro, ou seja, do imperialismo. Além disso, um regime anti-semita, homofóbico, radicalmente anti-comunista. Esse é um segundo ponto necessário de se colocar, pois hoje há todo um esforço por parte do imperialismo para traçar um sinal de igualdade entre comunismo e nazismo.

    A URSS mal começara a se desenvolver nos anos de 1930 foi invadida em junho de 1941 com nada menos que 4 milhões de soldados nazistas. Mas fez um esforço gigantesco e conseguiu derrotar as tropas nazistas invasoras, tal como havia feito com Napoleão em 1812. Perdeu 27 milhões de cidadãos, em sua grande maioria civis. O Exército Vermelho, comandado por Stalin, travou batalhas verdadeiramente épicas em Stalingrado, em Leningrado, em Moscou e arredores, infligindo grandes perdas ao inimigo, derrotando-o e empurrando-o até Berlim.

    Formou-se uma grande frente contra os países do chamado eixo. Com a participação tardia dos EUA, da Inglaterra e de outros países, como o Brasil que mandou seus pracinhas para a Europa. Mas aqui há mais um outro ponto extremamente importante. Foi a URSS que suportou o principal esforço da luta antinazista.

    Depois da derrota do nazi fascismo o mundo viveu um breve período de distensão democrática, logo substituído pela Guerra Fria onde dois blocos se enfrentaram. O bloco soviético e o bloco ocidental.

    A URSS deixou de existir em 1991 e a bipolaridade então existente deu lugar a um breve período de hegemonia unipolar dos EUA. Mas por volta de 2020 houve uma mudança de qualidade na situação internacional e hoje o mundo é multipolar. EUA, China socialista e Rússia são os polos principais. São potências mundiais. E a Rússia tem com a China uma aliança estratégica.

    Nos dias atuais, o imperialismo dos EUA e a OTAN com o plano de destruir e dominar a Rússia forjaram o regime neonazista na Ucrânia. Mas a Rússia derrotou mais essa tentativa.

    O imperialismo dos EUA também forjou o regime sionista/neo nazista/genocida de Israel que enfrenta ampla resistência do povo palestino e de outros povos, países e movimentos da região.

    Então, o último ponto. Na data de hoje faz-se comemoração da vitória dos povos sobre o nazi fascismo de 1945 e também é data de comemorar a luta vitoriosa contra o neonazismo contemporâneo.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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