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    Arlete Sampaio

    Deputada distrital pelo PT/DF e líder do governo na Câmara Legislativa

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    8 de março: o que as mulheres têm a comemorar?

    Evidente que há muito para avançar e as transformações estão nas lutas cotidianas. Sigamos firmes e fortes contra todos os retrocessos e ataques, organizadas e mobilizadas em defesa de nossos direitos, da democracia e na luta por uma sociedade mais justa e igualitária

    8 de março: o que as mulheres têm a comemorar? (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

    No dia 8 de março é comemorado o Dia Internacional da Mulher. Embora essa data seja festejada por alguns com presentes e belas frases direcionadas às mulheres, devemos refletir sobre seu verdadeiro significado. Em 1910, na 2ª Conferência Internacional de Mulheres Socialistas, Clara Zetkin - professora, jornalista e militante marxista, propôs uma resolução para a instauração oficial de um dia internacional de luta das mulheres para visibilizar suas demandas e reivindicações.

    Com o passar das décadas, as conquistas históricas foram seguidas pelo direito ao voto, à bens e serviços públicos e por autonomia nas esferas pública e privada, fatos que se tornaram marcos da luta das mulheres.

    Já no Brasil, entre os anos de 2003 a 2015, nos governos do PT, ocorreram mudanças significativas no que diz respeito às políticas para as mulheres, sobretudo, no enfrentamento à violência, na promoção da autonomia econômica, na compreensão de que o direito das mulheres à saúde deve ser visto de forma integral.

    Foi durante os governos do PT que medidas extremamente importantes para as mulheres se concretizaram, cito aqui apenas algumas: a criação da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM); a aprovação da Lei Maria da Penha; da Lei do Feminicídio; da PEC das Domésticas; o crescimento do número de mulheres no ensino superior, devido ao ProUni e ao Fies; a Rede Cegonha; a titularidade para a mulher no cartão do Bolsa Família; além da prioridade no Programa Minha Casa, Minha Vida.

    Desde 2016, quando a presidência foi usurpada de Dilma Rousseff, primeira mulher no mais alto cargo público de nosso país, está em curso uma série de desmontes nas políticas públicas, sobretudo, daquelas voltadas para a parcela mais oprimida de nossa sociedade. Vivemos momentos de graves retrocessos para toda população brasileira e as mulheres são as mais atingidas.

    O governo Bolsonaro, representa um projeto de caráter neoliberal, machista, racista e LGBTIfóbico, o qual se baseia no modelo em que as mulheres têm papel inferior ao homem. Uma prova disso é a proposta de reforma da previdência, na qual as mulheres vão trabalhar mais e contribuir por mais tempo para receber aposentadoria integral.  O Estatuto do Nascituro, se aprovado,  também representará um grave ataque às mulheres, que serão ainda mais criminalizadas pelas suas escolhas.

    As mulheres, porém, não se calam. Continuam ocupando as ruas e as redes para denunciar os ataques aos direitos do povo brasileiro e resistir contra o conservadorismo de cunho patriarcal. O momento atual representa uma oportunidade de fortalecer a auto-organização dos movimentos de mulheres e feministas na luta contra a violência, por maior participação política e pela promoção da autonomia econômica.

    Evidente que há muito para avançar e as transformações estão nas lutas cotidianas. Sigamos firmes e fortes contra todos os retrocessos e ataques, organizadas e mobilizadas em defesa de nossos direitos, da democracia e na luta por uma sociedade mais justa e igualitária.

     

     

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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