A anistia foi pelos ares
As bombas estouraram na Praça dos Três Poderes e jogaram pelos ares as propostas de perdão para os vândalos e instigadores do 8 de janeiro
As bombas estouraram na Praça dos Três Poderes e jogaram pelos ares as propostas de perdão para os vândalos e instigadores do 8 de janeiro. Bolsonaro sentiu o golpe. Nos seus devaneios, acreditava que a ingenuidade predominaria nos comandos do país para livrá-lo da má sorte.
Não lhe passava pela cabeça, porque lhe falta autocrítica, a ausência de disposição para tirar infratores da cadeia e não condenar os que ainda não foram punidos. Pelo visto, sofre de um problema de inconsciência, como se as culpas, não obstante resultantes de suas ações, não pudessem comprometê-lo. Ele se cansou de atacar os ministros da nossa alta magistratura.
Em seu tempo na presidência, festejou que atirassem fogos de artifício para assustar as autoridades do Supremo. E ainda fala em perdão e bom coração, justo aquilo de que mais careceu durante seu mandato. Francisco Wanderley Luiz, o Tiü França, o criminoso que fez e aconteceu na quarta-feira última diante do STF, não inventou na sua mente o plano mirabolante do atentado que o vitimou e tornou notório.
Seguiu passos e orientações, senão diretas, pelo menos como parte de pregações mil vezes repetidas contra Alexandres de Moraes e companheiros de toga. Onde vivemos, depois de tanta irresponsabilidade e muitas bravatas, não há como reduzir a barbaridade a um único cérebro doentio. Muitos lhe martelaram nas ideias para que se convencesse de que deveria se entregar de peito aberto a uma causa de semelhante porte. Fascistas no mundo inteiro dizem amém. Os daqui se organizaram no mandato de Bolsonaro e não se conformaram com a derrota eleitoral. Reivindicaram sempre a anulação do pleito, para dele tirar algum proveito.
Nem a vitória de Trump nos Estados Unidos logrou acalmá-los. Ambiciosos e inconformados, pregavam ações de força para alcançar os mais torpes objetivos. Jair Bolsonaro solto não dá dois passos sem desestabilizar o governo. Quer porque quer, aparecendo, recuperar o espaço que possuía quando residia no amplo e confortável Palácio da Alvorada. No entretanto, fiquemos atentos.
O militar desajustado, por pouco não demitido do Exército, é o de sempre. Jamais mudou. Parte da sociedade brasileira é que lhe ofereceu, como aposta, a oportunidade de uma função, só para verificar, logo depois, que o despreparo não o qualificava.
Perdido nas suas tramas diabólicas, o chaveiro Tiü França demonstrou, com veemência, a necessidade de que a Justiça puna e ponha na cadeia inimigos da democracia. A Alexandre de Moraes não falta consciência do processo. Está nas suas mãos, com apoio dos demais magistrados da Alta Corte a certeza segundo a qual, neste momento, impunidade recomenda bandidagem. Se alguma dúvida havia, o país do homem cordial, ficou para atrás, soterrado pelo bolsonarismo em suas várias colorações.
Uma olhada no Congresso, entre seus adeptos, demonstra que o reacionarismo não se acomoda com duas ou três vitórias. Adora poder e sangue, sobretudo dos inimigos. E que nós nos cuidemos, se não desejarmos um dia, chegando em casa, virarmos vítimas de uma bomba mal colocada. Bolsonaro? Cadeia nele!
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