A batalha em defesa do nosso futuro
Tenho convicção que travamos o bom combate, defendemos o certo e o melhor para o país. O que por um bom tempo também foi sustentado pela presidenta, mas que entretanto num contexto político adverso, de fragilidade e disputa intensa, entendeu que o mais seguro seria ceder aos aliados
Temos plena consciência de que atravessamos uma grave crise política, que se soma a uma situação extremamente delicada de nossa economia, e que, diante desse quadro as forças conservadoras e neoliberais tentam a qualquer custo apear a Presidenta do poder.
Sabemos também que os ataques à Presidenta vêm de todos os lados, inclusive de setores "aliados". Por isso mesmo temos que ter muita segurança em nossas ações, cujo objetivo deve ser sempre a busca da unidade e o fortalecimento de sua base de apoio, este não é momento de afastar forças apoiadoras. O que, na minha opinião, não significa ceder a pauta retrógrada que se apresenta à nossa frente.
É nesse cenário, de crise aguda, que a oposição procura avançar em sua pauta neoliberal, iniciando o desmonte de conquistas históricas e fundamentais - patrocinadas por nosso governo desde 2003 - que objetivam o fortalecimento do Estado Nacional e a ampliação de nossa capacidade de desenvolvimento com inclusão social. Para isso contam com a colaboração de determinados setores das forças aliadas ao governo, que sabemos, em sua maioria diverge da concepção de Estado que defendemos.
Aproveitam-se da fragilidade da Presidenta para impor suas propostas e projetos.
Foi o que ocorreu na votação do PL 131/15 do senador José Serra (PSDB-SP). A proposta do tucano foi encampada com muita força pelo PMDB, sobretudo pelo presidente do Senado Federal e pelo ministro das Minas e Energia.
A primeira votação, da urgência da matéria, ocorrida na véspera com somente 2 votos de diferença, já deixou claro que poderíamos vencer. Aliás, só não vencemos aquela votação devido à interferência direta do senador Renan, que retirou do plenário no mínimo 5 parlamentares que votariam conosco. Por isso, após a votação da urgência trabalhamos muito, conversamos com muitos colegas durante o período que antecedeu a votação do mérito da matéria. Tínhamos um mapa que apontava claramente para uma vitória, com a rejeição do PL 131/15
Percebendo o quadro, interlocutores, principalmente do PMDB, cobraram da presidenta um posicionamento direto em relação ao tema, defendendo, é claro, o posicionamento deles. Agiram portanto, para que o Planalto se manifestasse aberta e claramente a favor da matéria, com uma certa flexibilização, e que assim a mesma deveria ser aprovada.
Assim foi que o relator, sen. Jucá, anunciou em plenário o "acordo" e que o substitutivo era a Proposta do Governo.
Ao mesmo tempo o Senador Renan Calheiros, que estava pessoalmente empenhado em aprovar a matéria, desceu ao plenário para conversar com os colegas além dos telefonemas que eram disparados aos senadores pelo titular das Minas e Energia.
A vitória então escapou das nossas mãos!
É bom registrar que tudo isso ocorreu longe dos olhos vivos da sociedade, pois as galerias estavam fechadas!! Apesar de termos lá aproximadamente 4 dezenas de jovens, estudantes e trabalhadores da UNE, UBES e FUP que foram impedidos de entrar.
Nem mesmo nossos apelos ao presidente o fizeram mudar de ideia. Registro também que não radicalizamos, não por concordarmos com o presidente do Senado Federal, mas em nome do bom relacionamento. Esse fato é muito grave.
Tenho convicção que travamos o bom combate, defendemos o certo e o melhor para o país. O que por um bom tempo também foi sustentado pela presidenta, mas que entretanto num contexto político adverso, de fragilidade e disputa intensa, inclusive dentro de nossa coalizão, que sabemos, é marcada por grandes contradições, entendeu que o mais seguro seria ceder aos aliados!
Nosso papel é disputar as posições que entendemos mais acertadas para o governo, para o país e para o povo. Agora na Câmara vamos continuar a batalha em defesa do nosso futuro.
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