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    Ângelo Cavalcante

    Economista, cientista político, doutorando na USP e professor da Universidade Estadual de Goiás (UEG)

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    A enxaqueca dos liliputianos

    Recordo do experiente jornalista Mino Carta em metáfora notavelmente precisa ao referir-se ao Reino de Liliputh para a descrição do absurdo institucional do judiciário brasileiro. Liliputh é aquele império de seres minúsculos e que pensam ser grandes. Sem titubear... O judiciário e seus correlatos no pós-golpe é o fantasioso mundo dos liliputianos

    A enxaqueca dos liliputianos (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)
    A direita hiper-militante do judiciário e custeada, é claro, por nós, os 'súditos da pindorama', está mais perdida do que 'cachorro quando cai do caminhão de mudança'. O atordoamento, a 'pancada na moleira', tem nome, se chama Lula da Silva.
     
    Este é, de longe, o maior dilema da história da casta judicial brasileira. Sobra vernáculo, código, regimento e performance e falta o essencial, resposta política à altura, adequada e é claro, que convença.
     
    O dramático para esse judiciário patronal e anti-lei é que Lula da Silva está no topo da cadeia ecológica da política brasileira. Vou tentar ser mais claro... É que, de fato, não se precisa gostar ou desgostar de Lula; é preciso, no entanto, identificar quem, de fato, é esse "animal político" e as estratégias de que se utiliza para sobreviver. Opções que, por sinal, se aprofundam, se articulam, se entrelaçam e como expressão objetiva do seu êxito tático-eleitoral, lhe confere para o preciso tempo em que rebusco essas linhas, algo como quarenta e cinco milhões de votos.
     
    Entenderam? São quarenta e cinco milhões de votos para Lula e seu PT; os outros doze candidatos irão se engalfinhar com as sobras de sufrágio. Isso é, conforme se diz no meu Goiás, "prego batido e ponta virada", ou seja... Não tem pra ninguém.
     
    Para um absurdo hipotético (e creiam, os absurdos não podem ser desconsiderados!) é como se todos os demais candidatos, do 'milico nazista' ao PSTU, se juntassem em um único candidato e ainda assim, sairiam derrotados (bem derrotados!) no embate com Lula.
     
    É com esse 'titã político' que o judiciário 'by Moro/Dodge' está tratando. A estratégia da corte? Intensificar na burocracia jurídica; ampliar as narrativas da técnica advocatícia e como resposta, Lula intensifica sua política "feita da pedra", no dizer de João Cabral de Melo Neto.
     
    De um lado, o aparato estatal juridiquês mais a moenda midiática capitaneada pela TV Globo seguem em sua longa e criminosa cópula na cruzada sem-fim a Lula e; na outra ponta, Lula, o principal prisioneiro político do mundo moderno, lasca querosene político no instante.
     
    E são articulações, cartas abertas, tomadas de posição, recuos, avanços, compromissos, atos públicos, eventos políticos diários e por todo o país e; a cada gesto deste caboclo... As placas tectônicas da política brasileira tremem.
     
    É que Lula transpira, inspira, suspira política. Sua, exala e produz fotossínteses políticas da hora primeira do dia até seu descanso na masmorra da 'fedeca' curitibana.
     
    Recordo do experiente jornalista Mino Carta em metáfora notavelmente precisa ao referir-se ao Reino de Liliputh para a descrição do absurdo institucional do judiciário brasileiro. Liliputh é aquele império de seres minúsculos e que pensam ser grandes. Sem titubear... O judiciário e seus correlatos no pós-golpe é o fantasioso mundo dos liliputianos.
     
    Se acham fortes e seguros do que estão fazendo; ao fim, correm riscos e, para o bem da democracia e do Brasil, que esses riscos se convertam em profundas e democráticas reformas para esse estamento de privilegiados.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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