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    Fábio Costa Pinto

    Jornalista e Sócio da Associação Brasileira de Imprensa - ABI. Filiado à FENAJ e ao Sinjorba.

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    A estupidez coletiva: mentira, perseguição e ódio

    “Os estúpidos são mais perigosos que os bandidos e os malvados. Não há nada mais perigoso que um estúpido com poder”. - Carlo Cipolla - Historiador italiano.

    Aglomeração (Foto: Reprodução/ABC News)

    Lauro de Freitas, Bahia, 13 de janeiro de 2025.

    Passei um ano sem escrever meus artigos e dois anos da primeira ameaça. Em novembro do ano passado (2024) fui abordado por um segurança motorizado, estes seguranças de bairros de luxo, ora contratado para assegurar os moradores, com uma tentativa de agressão. Logo impedido pela gerente e um segurança de um mercadinho do bairro. “ Porque vai fazer isso com o rapaz? Ele é nosso cliente” disse a gerente. Outro, “ele é morador daqui” e o segurança do mercado chama o segurança do bairro e fala para ir embora e não fazer isso. Motivo: não há. Fui informado que, simplesmente, o segurança não gostava de mim e que iria me “quebrar a cara”. Fiquei pasmo. Pura estupidez. 

    Por um período fiquei pensando por que essa atitude, não via motivo, nunca tinha visto antes, não sabia seu nome, idade e nem seu propósito. Um ser estranho. Isso me incomodava de tal forma que precisava saber o motivo de tamanha tentativa de agressão.    

    Certo dia, passados dois meses, sentado em uma lanchonete, ele (o segurança agressor) aparece com olhar fixo em mim. Levantei-me e fui em sua direção para saber o motivo, quando fui surpreendido. “Eu queria quebrar a sua cara e você vem falar comigo?”. Como reagir diante de uma situação destas, a não ser denunciar, a perseguição e o ódio deste covarde? 

    Como de costume, logo pela manhã, leio as mensagens no celular e vejo uma postagem que me chamou atenção, referente ao filósofo, teólogo e intelectual alemão Dietrich Bonhoeffer, membro da resistência alemã anti-nazista, e que por isso, foi preso e enforcado.

    O texto é uma reflexão à estupidez. Conta que na prisão, Dietrich Bonhoeffer, refletiu muito, tentando entender como era possível que seus compatriotas alemães estivessem apoiando tão fervorosamente Hitler e suas políticas irracionais e criminosas, sendo o povo alemão um dos mais cultos e avançados da Europa e do mundo, em termos científicos, tecnológicos, culturais, etc.

    Diz o texto: “Ele chegou a uma conclusão: o povo alemão foi vítima da estupidez coletiva. E então Bonhoeffer escreveu um ensaio sobre a estupidez que hoje vale a pena recordar”. - Segundo Bonhoeffer, a estupidez não tem uma causa psicológica, mas sim sociológica, ou seja, é contagiosa: a estupidez de uma pessoa precisa da estupidez de outra.

    É como um feitiço formado por palavras de ordem que se apodera das pessoas. Isso me lembra dos tempos não muito distantes. Atualmente, essa prática desabrocha numa tentativa cruel contra as pessoas de bem, práticas dos governos desastrosos e golpistas. Pois é, o intelectual alemão Dietrich Bonhoeffer tinha razão. - “a estupidez não tem uma causa psicológica, mas sim sociológica”.    

    Seguindo o texto, - “quando as pessoas estão passando por um período de estupidez, nunca acreditarão nos argumentos contra sua estupidez; simplesmente os ignorarão. São absolutamente impermeáveis às advertências sobre as consequências catastróficas que sua estupidez pode ocasionar a elas mesmas e aos outros estúpidos, e sempre se sentem orgulhosas de si mesmas e de sua estupidez”. 

    Daí estava certo, tinha que me retirar ou seria agredido por um segurança com as faculdades mentais no estado de estupidez. - “Ainda mais, muitas vezes é perigoso tentar persuadir um estúpido com razões, pois ele se sentirá agredido, irritar-se-á facilmente e até tentará atacar”.

    Há momentos na vida em que, contra a estupidez, não há nenhuma defesa. Nos últimos 4 anos, venho denunciando e cobrando, incessantemente, das autoridades policiais e jurídicas, a apuração e punição para diversos e repetidos crimes cometidos contra jornalistas, radialistas e profissionais da imprensa, no exercício da profissão. Bem como, aos povos originários, quilombolas, negros, pobres, mulheres, crianças e idosos. O lado certo da história. 

    Já perdi as contas da quantidade de vezes que venho sendo seguido na rua, no mercado, na farmácia, no banco, nas redes sociais, na tentativa de prejudicar meu trabalho digno e ético. Por que essa perseguição? Inveja ou medo de ser revelada a obscuridade? Que mal faz uma pessoa de bem? 

    Segundo Bonhoeffer, só quando o governo ou o regime social que produz a estupidez coletiva entra em colapso ou em crise, as pessoas podem se libertar dela e da dor que começa a surgir pela contradição entre seus pensamentos e seus atos.

    É importante recordar, para que os estúpidos possam entender, se é que vão entender: Crime de ‘Stalking’ — perseguição, em inglês — prática de perseguir uma pessoa de forma sistemática, seja presencialmente ou online. Publicar comentários invasivos nas redes sociais, enviar mensagens e fazer ligações insistentemente podem ser sinais de ‘Stalking’. Passando a monitorar constantemente a vida da pessoa, coletando informações e cercando-a em vários lugares, com o criminoso objetivo de desestabilizar a pessoa”. 

    Pessoas de diversos níveis da sociedade vêm praticando tal crime, com participação e informação do vigilante de rua (seguranças), em restaurantes, bares, condomínios de residência, etc., em aliança com milicianos, traficantes e policiais. As perseguições ocorrem das mais variadas formas, causando com isso, em alguns casos, transtornos psicológicos nas pessoas perseguidas. Inventam mentiras, criam situações para arrolar o outro, perversamente.

    Desde março de 2021, a prática é considerada crime no Brasil, quando foi incluída no Código Penal. A pena é de seis meses a dois anos de reclusão e multa. E sendo um membro de uma força de segurança, que as corregedorias investiguem com um olhar de dentro para fora.  

    Não interessa a graduação da pessoa perseguidora, deste policial, se ativa ou da reserva, aposentado ou não. Políticos ou partidos, segurança de rua ou vigilante, cometeu crime, perseguiu, com atos de milícia ou não, impunidade não é mais suportável em um país com esperanças. 

    Diante destes fatos, temos que registrar um boletim de ocorrência na polícia civil, para que a estupidez dos covardes não se perpetuem.  

    A cidade é Lauro de Freitas - Bahia, o bairro é Vilas do Atlântico.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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