A foto
"O encontro entre Lula e FHC, eternizado por aquela foto, traduz a preocupação com o risco à democracia brasileira representado por Bolsonaro e seu fascismo de baixa patente. Aquele cumprimento característico da pandemia simboliza a necessidade das forças democráticas terem claro o honesto objetivo de todos e todas nas eleições do próximo ano e quem, o que e quais, claramente, são os adversários do País", escreveu o bacharel em direito, presidente do PT/SP, Luiz Marinho.
A imagem ocupou as páginas dos jornais e as capas dos portais, blogs e redes sociais do Brasil na última semana. Ao lado da CPI do genocídio, foi pauta do debate político nacional. E por mais que se escrevam mil palavras, nada dirá mais do que aquela foto. Lula e Fernando Henrique em encontro na casa do ex-ministro Jobim.
Isso porque a imagem é clara, objetiva como o clicar do fotógrafo em sua câmera. Não, aquela foto não está dizendo que FHC vai virar petista ou Lula um tucano. Também não diz que a visão social-liberal defendida pelos tucanos sobre a relação capital-trabalho vá se dissipar e que eles se voltarão à defesa de trabalhadores e trabalhadoras como fazemos nós, os petistas. Assim como não representa qualquer possibilidade de uma aliança entre os dois partidos no primeiro turno. O PSDB terá seu candidato, defendendo o liberalismo à sua moda, e nós caminharemos com a frente democrática de esquerda.
O encontro entre Lula e FHC, eternizado por aquela foto, traduz a preocupação com o risco à democracia brasileira representado por Bolsonaro e seu fascismo de baixa patente. Aquele cumprimento característico da pandemia simboliza a necessidade das forças democráticas terem claro o honesto objetivo de todos e todas nas eleições do próximo ano e quem, o que e quais, claramente, são os adversários do País.
O Brasil, assim como a Itália lá atrás, foi vítima de uma aliança político-jurídico-econômica-midiática que gerou o neofascismo em nossos limites. Aliança que a partir de um projeto de poder muito claro demonizou a política e atores políticos, se utilizando do lawfare para excluir adversários e ungir a besta que hoje aplica a sua “solução” para levar milhões de brasileiros e brasileiras à miséria e outros milhares à morte.
Aliança que, depois do estrago feito, parece perceber o erro cometido. E, sem qualquer autocrítica, busca se distanciar dos reflexos de ter levado um projeto miliciano-familiar à cadeira Presidencial. A história os julgará. Mas ainda bem que buscam refazer seus caminhos. Antes tarde do que nunca.
Que as mais de mil palavras que expressam aquela foto, contribuam para que aqueles e aquelas que defendem a democracia, a liberdade e a vida não percam o foco. Que sigamos, cada um em seu campo e com sua visão de mundo, no combate diário ao avanço do fascismo, às práticas genocidas, à implantação da lógica miliciana em nosso País. A defesa da democracia, assim como foi nas Diretas Já, é o que une todos e todas que combatemos os porões e as sombras.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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