A frustrada tentativa de golpe na Bolívia
O presidente boliviano impediu o golpe e saiu fortalecido
Por Danilo Espindola Catalano - Durante a última semana de junho, o ex-presidente Evo Morales, declarou à imprensa boliviana que foi ameaçado pelo General Juan José Zúñiga, que lhe prenderia ou faria qualquer coisa para que as Forças Armadas o impedissem de se candidatar à presidência em 2025.
Na tarde desta quarta-feira, dia 26 de junho, a capital boliviana, presenciou um movimento inusual das Forças Armadas, pois se podiam ver carros blindados do exército e homens armados, chegando às cercanias do “Palácio Quemado” e à “Plaza Murillo”, com o intuito de realizar um golpe de Estado, a mando de Juan José Zúñiga.
O interesse do general, segundo ele, era que Luis Arce destituísse o seu conselho de ministros, sem que ele desse motivos aparentes.
Após terem se estabelecido à frente das portas do palácio governamental, com toda a mídia do mundo parada e voltando seus olhos para o país, Zúñiga desceu de seu blindado e foi falar com o presidente boliviano.
É possível ver na imagem, Luis Arce discutindo com o general, que momentos depois, se retira dizendo que iria liberar a ex-presidenta, Jeanine Añéz, que está presa por corrupção.
Por mais que essa tentativa tenha sido frustrada respectivamente e em conjunto pelo povo, as instituições estatais e por outras instâncias do exército, vale a pena refletirmos sobre o contexto atual em que se insere internacionalmente o governo boliviano.
Segundo o Mineral Commodity Summaries em seu senso de 2021, a Bolívia tem cerca de 24,6% do lítio do mundo, o que a configura por obter a maior quantidade da matéria-prima em território nacional. Além disso, há o interesse de se incorporar ao Brics. Para isso, estrategicamente, busca se aliar aos países membros do bloco, firmando um acordo de exportação do lítio para Rússia e China, deixando os Estados Unidos de fora, o que não impediu a manutenção de seu interesse.
Tendo em mente este contexto, devemos nos manter atentos ao que houve e na possibilidade de se repetir.
Mesmo que o presidente Luis Arce tenha impedido uma clara tentativa de golpe militar, ele sai fortalecido principalmente por suas atitudes para impedi-lo, contextualizando ainda mais o fato de que as tentativas anteriores de usurpar o poder, como em 2019 na Bolívia ou em 2016 no Brasil, não voltarão a acontecer, pois agora todas as instâncias do país estão preparadas para impedir tais atitudes.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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