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    Sérgio Fontenele

    Sérgio Fontenele é jornalista e comentarista político

    75 artigos

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    A fúria do mercado contra Lula começou

    A guerra começou?

    (Foto: Reprodução)

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    O tal mercado, que atualmente domina o País, por meio de uma política econômica ultraliberal, sustentáculo máximo do governo Bolsonaro  – que deveria ter caído em 2019 –, começa a intensificar sua fúria contra a futura política econômica do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Por isso, além de considerar que o petista não terá compromisso com a tal estabilidade fiscal, teto de gastos, etc., já começa a ameaçar derrubá-lo, a exemplo do que fizeram com a então presidenta Dilma Rousseff, em 2016. Trata-se das chantagens iniciais.

     

     A situação era totalmente previsível, muito antes da vitória de Lula nas eleições presidenciais deste ano. Após o resultado histórico e esmagador das urnas – considerando as circunstâncias golpistas –, em 30 de outubro passado, viria o que se pode chamar de “lua de mel”, sucedida de sérias turbulências a partir do início da execução da política econômica do presidente eleito. Pelo visto, foi curtíssima a “lua de mel”, muito mais breve do que o previsto. O choque de mundos começou, para perplexidade geral, já no início do processo de transição.

     

     Ainda faltam mais de 50 dias para o começo do governo Lula, com a cerimônia de sua posse na Presidência da República, mas mesmo assim o mercado já inicia seu processo de tentativa de tutelar o novo governo, que – com toda a tranquilidade – não será a continuidade da catástrofe Paulo Guedes. O líder petista sempre deixou claro – mesmo muito antes da pré-campanha presidencial – que suas propostas, seus objetivos e ideias, à área econômica, seriam o oposto da criminosa e antisoberana gestão ultraliberal de algo como Guedes.

     

      Novo paradigma

     

     O que o mercado não entende é que, diante de um cenário sombrio, profundamente recessivo, da economia mundial, o Brasil tem a oportunidade de estabelecer novo paradigma socioeconômico, como declarou Lula, de forma muito feliz. O País – e seus interesses soberanos, estratégicos e nacionais – terão que se proteger do vendaval mundial previsto para explodir em 2023, com a bancarrota suicida dos países da União Europeia e as consequências progressivamente deletérias da guerra na Ucrânia.

     

     Não queira o mercado a continuidade de uma política neoliberal, com modestos avanços na área social, a fim de dar migalhas aos pobres e miseráveis, de modo a propiciar pequena melhora nas condições de vida de quase 150 milhões de cidadãos e cidadãs brasileiros. Isso é inaceitável e não resolve o problema do crescimento imprescindível da economia, para gerar milhões de empregos qualificados e amparados por direitos trabalhistas consagrados desde a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

     

     A expectativa do sistema financeiro, no sentido de continuar dando as cartas, desta vez no governo Lula, é baseada numa avaliação incompleta da conjuntura, na qual se desconsiderou que Lula, após 580 dias de cárcere injusto na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba (PR), se radicalizou. E não abrirá mão de seu objetivo, qual seja, acabar com a fome, proporcionar desenvolvimento econômico muito forte, inserir a nação como protagonista da consolidação de um mundo multipolar e muito mais. A guerra começou?

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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