A Granada de Guedes não explode no bolso da polícia
Há apenas quatro dias após a divulgação dos vídeos, o Presidente Jair Bolsonaro assinou uma Medida Provisória concedendo aumento a policiais civis e militares do Distrito Federal. O aumento, para ambas as classes, correspondeu a 8%. Em um momento delicado como esse, de pandemia, o aumento pode ser considerado um disparate.
Em um dos trechos da famigerada reunião ministerial, onde não faltaram crimes de responsabilidade e ataques infundados a instituições, o Ministro da Economia, Paulo Guedes, soltou uma bomba percebida por poucos. Em meio a palavrões e xingamentos grotescos, o Chicago Boy declarou: “Nós já botamos a granada no bolso do inimigo (servidores públicos): dois anos sem aumento de salário”. No entanto, como poderia dizer George Orwell, em uma alusão à sua obra “A Revolução dos Bichos”, há servidores que são mais servidores do que outros.
Há apenas quatro dias após a divulgação dos vídeos, o Presidente Jair Bolsonaro assinou uma Medida Provisória concedendo aumento a policiais civis e militares do Distrito Federal. O aumento, para ambas as classes, correspondeu a 8%. Em um momento delicado como esse, de pandemia, o aumento pode ser considerado um disparate. O País vive sua pior crise financeira da história recente e o desemprego aumenta, a cada dia, assim como a Covid-19, doença que o governo insiste em não combater.
Mas por que um aumento inesperado, para uma classe específica? Todos sabemos que a polícia é o braço armado do governo fascista de Bolsonaro. Na situação em que se encontra, acuado e em busca de aliados indecorosos, onde dar ou levar um golpe é questão de tempo, chamar a polícia para seu lado é, ao seu modo de ver, um ato de estratégia. Não de governo.
Destaca-se que os bombeiros do DF, pela paridade que possuem com a PM, também tiveram seus vencimentos aumentados pela Medida Provisória. Mas qual será o impacto financeiro para o governo? Na Polícia Civil, o salário inicial de um Agente de Polícia, que girava em torno de R$ 8.698,78 passará a ser de aproximadamente R$ 9.394,68. No caso dos os militares, para o cargo de Coronel, último na hierarquia, o vencimento passará de R$ 7.279,17 para R$ 9.098,96.
Bolsonaro não governa mais, ele se protege. Não existe mais plano para o país. Ele apenas pensa como amparar a si e a seus filhos. E é melhor que seus ministros lhe obedeçam, caso contrário, como ficou claro na reunião, serão sumariamente demitidos e substituídos por um militar que não conteste suas ordens. E enquanto isso, cada brasileiro carrega uma granada no bolso.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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