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    Arnóbio Rocha

    Advogado civilista, membro do Sindicato dos Advogados de SP, ex-vice-presidente da CDH da OAB-SP, autor do Blog arnobiorocha.com.br e do livro "Crise 2.0: A taxa de lucro reloaded".

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    A importância de levar Boulos ao segundo turno em São Paulo

    Boulos representa uma coalizão política, um marco civilizatório que levou Lula pela terceira vez à presidência e está trazendo o Brasil de volta ao protagonismo

    Guilherme Boulos (Foto: Raffa Neddermeyer/ABr)

    A mãe de todas as batalhas e a principal disputa política do Brasil, nestas eleições, dar-se-á em São Paulo, não apenas por ser a maior cidade do país, ter um dos maiores orçamentos públicos, mas também por ser a cidade-mãe de todas as contradições do Brasil: rica, gigante, poderosa, e que carrega tanta exclusão social e econômica.

    A candidatura de Boulos e Marta é fundamental não apenas para consolidar a democracia, mas também para derrotar a extrema-direita e suas variações locais (Nunes e LaMarçal). São Paulo merece um destino melhor, com um prefeito, e não um trampolim político para aventureiros e medíocres.

    A megalópole brasileira, entre as 10 maiores concentrações populacionais do planeta, tem seus extremos visíveis em quase todas as esquinas, bairros, e nas múltiplas cidades dentro de uma só. Seus números encantam e espantam; por exemplo, é a maior cidade nordestina fora do Nordeste, abriga colônias de uma centena de países, o que cria um contingente humano diverso e rico em culturas e gentes.

    São tantas cidades e povos aqui reunidos, lutando e vivendo, amando e odiando, mas ninguém a abandona. São Paulo é nossa fonte de vida, amor, sonhos, desespero, solidão entre milhões ou milhões de companhias possíveis, que não te deixam só, mesmo nos extremos.

    Há pelo menos 20 anos que a cidade vive a maldição de ser (não) administrada por eleitos que, exceto Fernando Haddad, prefeito de 1º de janeiro de 2013 a 31 de dezembro de 2016, foram provisórios, ou fruto de gestões descontinuadas ou continuadas de forma desigual, como Kassab, vice de Serra, depois reeleito.

    O caso de João Dória Jr. é exemplar: ele ficou 1 ano e 3 meses no cargo, saiu para ser candidato a governador e "prefeiturava" via WhatsApp, com Bruno Covas como mero preposto. Covas foi reeleito, tendo como vice Ricardo Nunes, um medíocre vereador do centrão da câmara municipal, escolhido pelo próprio governador.

    É por essa ordem de coisas que São Paulo precisa retomar sua veia de gestões populares e inclusivas, marcas de Luiza Erundina, Marta Suplicy e Fernando Haddad.

    Guilherme Boulos vem dos movimentos sociais mais intensos, os sem-teto, aqueles que enfrentam a maior luta de uma cidade gigante: a questão da moradia, da dignidade de ter um teto, um lugar para viver, para constituir família, um abrigo e uma vida humana plena.

    É desse campo de luta e profundo conhecimento de nossa cidade, nossa casa, que Boulos se apresenta. Mais ainda, ele representa uma coalizão política, um marco político e civilizatório que levou Lula pela terceira vez à presidência e está trazendo o Brasil de volta ao protagonismo. Essa combinação rara de militância política e popular, com compreensão dos problemas mais complexos de uma cidade única e especial.

    É preciso eleger Boulos e transformar São Paulo, além de eleger uma forte bancada de PT, PCdoB, PSOL, PDT, PV e PSB, para que a cidade tenha uma gestão humana, solidária e digna.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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