A incrível e hilária história de Augusto Bolsonaro, o cão que esnobou o Alvorada
"A notícia de que o cão sem dono de Bolsonaro tinha dono fez as redes sociais explodirem, levando a tag #BolsonaroLadrãodeCachorro ao topo dos trending topics, os assuntos mais comentados do twitter", escreve a jornalista Cynara Menezes
Por Cynara Menezes, para o Jornalistas pela Democracia
O gabinete do ódio amanheceu enebriado pela ternura: Michelle Bolsonaro havia adotado um cãozinho sem dono que achara nas cercanias do Alvorada. Branquinho, fofinho, Augusto Bolsonaro, como o pobre foi batizado, parecia o ingrediente definitivo para fazer o antipático Jair cair no gosto popular.
O histórico de presidentes com pets é longo, sobretudo nos EUA. Desde George Washington, os ocupantes da Casa Branca tiveram a companhia não só de cachorros e gatos como cavalos, tartarugas, papagaios, passarinhos, cabras, coelhos, ratinhos, tigres, hienas e até crocodilos. Um dos mais célebres animais de estimação dos chefes de Estado norte-americanos foi o fox-terrier Fala, cão de Franklin Delano Roosevelt, que teve direito a estátua no memorial em homenagem a seu dono, em Washington.
Entre os presidentes mais recentes, Bill Clinton tinha o gatinho Socks, George W.Bush a scottish terrier Miss Beazley, e Obama, os cães de água portugueses Bo e Sunny. Donald Trump é o único a não possuir animais de estimação, o que não é bem visto pela opinião pública norte-americana desde que Harry S. Truman decidiu doar o adorável cocker spaniel Feller, que havia recebido de um admirador.
Entre os brasileiros, Dilma teve como companhia nas noites frias do Alvorada o labrador Nego, e o usurpador Michel Temer apareceu no Jaburu ao lado do golden retriever Thor, o “cão de Michelzinho”, cuja presença também era apontada como uma tentativa de suavizar a imagem presidencial.
Ao ser eleito presidente, Lula levou para Brasília a cadelinha fox terrier chamada (ora só!) Michelle, que morreu velhinha ainda no final do primeiro mandato. Há pouco tempo, o petista adotou Resistência, uma vira-lata que vivia rondando a vigília em torno da prisão em Curitiba e foi presenteada à namorada do ex-presidente, Janja.
Com Augusto, finalmente os Bolsonaro tinham um catioro para chamar de seu. Ownnnn! Não se sabe até agora se o nome foi escolhido em homenagem ao general Augusto Heleno, ao procurador-geral da República, Augusto Aras, ou ao jornalista pet do bolsonarismo, Augusto Nunes. Fato é que, na manhã desta terça-feira, quando a notícia bombava nas redes sociais, o perfil do canino presidencial no instagram já contava com mais de 5 mil seguidores. E os memes pipocavam no twitter.
Rapidamente, porém, a revelação de que o cão adotado pela primeira-família do país pertence à raça pastor maremano deixou todo mundo de orelha em pé. Será que ele não tinha dono mesmo? Claro que tinha. Um morador da Vila Planalto, bairro no centro da capital, ao ver o cachorro fazendo sucesso nas redes, reconheceu em Augusto o seu Zeus, filhote da akita Fifi e do maremano Beethoven, como descobriu a Folha de S.Paulo, não o GSI.
A notícia de que o cão sem dono de Bolsonaro tinha dono fez as redes sociais explodirem, levando a tag #BolsonaroLadrãodeCachorro ao topo dos trending topics, os assuntos mais comentados do twitter.
No final da história, Augusto, ou melhor, Zeus, foi devolvido a seu legítimo dono, rendendo aos Bolsonaro duas baixas no mesmo dia: além do cachorro, também deixou o governo o recém-nomeado ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli, que se demitiu depois que vieram à tona as turbinadas que deu em seu currículo: não foi aprovado no doutorado na Universidade de Rosário, na Argentina, nem fez pós-doc na Universidade de Wuppertal, na Alemanha, como alardeou Bolsonaro ao contratá-lo. Não era nem mesmo professor da FGV.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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