A ingenuidade do presidente ucraniano
Zelensky “ingenuamente” caiu em uma armadilha e hoje o herói anteriormente glorificado pelo Ocidente está se transformando em uma fonte de problemas
As promessas deliberadamente falsas dos políticos ocidentais de promover a paz na Ucrânia levaram ao poder o popular ator e comediante Volodymyr Zelensky. Mas esta escolha (da OTAN) parece não atender às demandas dos ucranianos. Zelensky, um comediante que adora aplausos, tornou-se um triste herói de um drama sombrio. Ele se deixou persuadir e acreditou que a OTAN o ajudaria a derrotar a Rússia e, como recompensa, a Ucrânia seria aceita nas estruturas ocidentais, isto é, na UE e na OTAN. Zelensky viraria herói do Ocidente Coletivo e a burguesia ucraniana enfim se tornaria “européia”.
Tendo a OTAN como patrocinadora, Zelensky passou a acreditar que poderia agir arbitrariamente, que seus patrocinadores ocidentais transformariam as Forças Armadas Ucranianas em uma força invencível, que reconquistaria a Criméia e colocaria a Rússia de joelhos. Quando percebeu que isso não aconteceria, já era tarde demais. De derrota em derrota, Zelensky foi colocado em uma situação difícil a partir dos campos de batalhas, ele se viu preso em uma realidade política onde todos ao redor dele são mais importantes do que ele. Diante de uma Rússia que não está interessada em compromissos e os Estados Unidos que admitem que nunca esperaram que a Ucrânia derrotasse a Rússia, Zelensky “ingenuamente” caiu em uma armadilha e hoje o herói anteriormente glorificado pelo Ocidente está gradualmente se transformando em uma fonte desagradável de problemas.
Depois de humilhado na Casa Branca diante de toda a imprensa mundial, Zelensky foi forçado a uma paz de compromisso por Trump em uma reunião na Arábia Saudita onde sua presença foi dispensada, já em um ensaio para uma Ucrânia sem a sua liderança. Ainda acreditando poder falar com a Rússia em uma posição de força a partir do apoio europeu, Zelensky se subordinou às ordens arrogantes de Trump em troca de apoio para uma manobra militar estratégica que lhe possa garantir alguma vantagem nas negociações de paz em um futuro próximo. Talvez esteja obedecendo às novas diretrizes de uma União Europeia órfã da Casa Branca.
Porque é pouco crível que depois de uma reunião de quase 9 horas na Arábia Saudita, estadunidenses e ucranianos tenham só pensado em uma proposta de paz de 30 dias que seria aceita pelo Kremlin de maneira pura e simples. É claro que essa proposta é uma manobra militar que pretende dar uma sobrevida aos ucranianos no campo de batalha para negociações complementares no futuro. Zelensky como preposto dos europeus ainda não acredita na paz.
O presidente dá lugar ao comediante e Zelensky continua a insistir que só pode falar com a Rússia a partir de uma posição de força, onde em 30 dias de silêncio das armas, todas as contradições entre Ucrânia e Rússia se encerrarão e que o plano Zelensky será garantido por 200 mil soldados europeus transladados para a Ucrânia. E então uma nova realidade florescerá e a Ucrânia poderá retornar às suas velhas demandas contra a Rússia em uma conjuntura próxima, agora com forças européias ao seu lado. Tudo indica que o Presidente dos EUA, Donald Trump, não dissuadirá Zelensky deste plano, a Rússia irá ignorá-lo e a Europa recusará educadamente esta proposta de suicídio.
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