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    Jean Wyllys

    Jornalista, doutorando em Ciência Política pela Universidade de Barcelona, pesquisador no ALARI at Hutchins Center de Harvard e escritor baiano

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    A legalização da maconha e a experiência americana que deu certo

    O saldo está à disposição de quem quiser entender. Redução a quase zero no número de mortes relacionadas ao tráfico; realocamento de policiais destacados para o combate ao tráfico em outras atividades; diminuição da violência, e impressionantes mais de 200 milhões de dólares em impostos, apenas no ano de 2016

    Manifestante portuguesa usa óculos em forma de folha de maconha. A maioria da população é favorável à legalização das drogas. (Foto: Jean Wyllys)

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    Completaram-neste 6 de novembro cinco anos desde os cidadãos do estado americano do Colorado disseram “sim” ao projeto de iniciativa popular que perguntava sobre a possibilidade de legalizar a maconha para fins recreativos, a chamada Emenda 64.

    O saldo está à disposição de quem quiser entender.

    Redução a quase zero no número de mortes relacionadas ao tráfico; realocamento de policiais destacados para o combate ao tráfico em outras atividades; diminuição da violência, e impressionantes mais de 200 milhões de dólares em impostos, apenas no ano de 2016, segundo dados do governo (o total negociado pelos comerciantes ultrapassa a marca de 1 bilhão de dólares, dizem os jornais de lá).

    O descontrole no uso ou, mesmo, o alardeado perigo para os jovens, discursos que eram o carro-chefe da direita contrária à legalização, evidentemente, não aconteceram. Simplesmente não houve nada parecido com o cenário apocalítico que eles anunciavam. De fato, o que aconteceu foi a construção de novas escolas com o dinheiro arrecadado, e algumas prefeituras aproveitaram o dinheiro extra para aprimorar o sistema de transporte público.

    Eu pergunto, então: por que não experimentar algo deste tipo no Brasil, se, após tantos anos de proibicionismo, a estratégia tem demonstrado pouco sucesso em conter tanto a circulação da substância quanto em diminuir a violência urbana?

    O modelo escolhido pelo Colorado para isto tem diferenças com o PL 7270/2014, que apresentei através do mandato, em parceria com organizações antiproibicionistas, mas até mesmo esse já dá sinais claro de que a legalização representaria um avanço.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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