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    Jean Wyllys

    Jornalista, doutorando em Ciência Política pela Universidade de Barcelona, pesquisador no ALARI at Hutchins Center de Harvard e escritor baiano

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    A lição que vem do fim da Lava Jato

    Aécio, Jucá, Loures e as esposas de Cabral e Cunha estão livres. Mandatos parlamentares estão preservados, mesmo que, para tal, Loures tenha que usar uma tornozeleira eletrônica. Alexandre de Moraes agora é parte da corte suprema e se soma a Gilmar Mendes na proteção à sua gente, os golpistas e plutocratas corruptos

      senador Aécio Neves (PSDB-MG); senador Romero Jucá (PMDB-RR); senador José Serra (PSDB-SP)   (Foto: Jean Wyllys)

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    E a Lava a Jato acabou… Mudanças no Ministério da Justiça, pressões diretas sobre o diretor-geral da Polícia Federal e o desmonte das verbas para a instituição são as peças-chave que levaram ao fim a força-tarefa dedicada às investigações da corrupção no sistema político, mas que, desde o início, sempre agiu de maneira seletiva e a partir dos preconceitos e convicções ideológicas de seus próprios agentes.

    Não que exista alguma surpresa nisso, já que, em áudio vazado, o senador Romero Jucá (PMDB) deu o roteiro completo do que seria o “grande acordo nacional” para parar a operação (“estancar a sangria”) e que, para tanto, exigia a derrubada de Dilma. Nem mesmo com o vazamento desse áudio obtido via grampo os planos mudaram, porque os corruptos que os orquestraram sabiam que as panelas e os adoradores do pato amarelo que foram às ruas vestidos com a camisa da CBF não estavam nem estão indignados com corrupção coisa nenhuma; essas pessoas usaram o “combate à corrupção” como desculpa para seu ódio de classe e seus preconceitos contra o PT, muito bem manipulados pelos golpistas, incluindo aí o PMDB, o PSDB, o DEM, o PPS, a FIESP, o mercado financeiro, os sindicatos patronais, a OAB e a grande mídia, notadamente a Rede Globo.

    Aécio, Jucá, Loures e as esposas de Cabral e Cunha estão livres. Mandatos parlamentares estão preservados, mesmo que, para tal, Loures tenha que usar uma tornozeleira eletrônica. Alexandre de Moraes agora é parte da corte suprema e se soma a Gilmar Mendes na proteção à sua gente, os golpistas e plutocratas corruptos.

    O preço a pagar pelo pato amarelo é alto: os promotores diretamente ligados à Lava a Jato sabiam de tudo isto, mas, ainda assim, apoiaram o golpe; pagaram para ver e agora foram golpeados pelos seus amigos e ídolos articuladores do golpe [pausa para uma gargalhada! ahahahahahahhahah! Só rindo, para não chorar!]. A galera da Lava a Jato agora fala que nem Dilma – que eles perseguiram tanto e injustamente – fez isso com a força-tarefa. Claro! Ela foi deposta justamente porque permitiu ao MP e à PF que investigassem a corrupção sistêmica irrestritamente e com boas verbas!

    Será que aprenderam a lição?

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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