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Danilo Espindola Catalano

Professor de espanhol, pesquisador e escritor.

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A língua espanhola tem relevância para o Brasil?

Quando o brasileiro aprende espanhol, ele se insere na região dos países hispanos

(Foto: reprodução redes sociais)

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Por Danilo Espindola Catalano - Quando foi promulgada e esquecida a lei do espanhol de 2005, Lei 11.161, de 5 de agosto de 2005, (https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/l11161.htm), que integrava a língua como obrigatória, tanto para o Ensino Médio com para o ensino Fundamental, nasceu deste movimento, realizado no ano de 2017, a luta conhecida como Fica Espanhol, para que o espanhol volte a ter a mesma importância do inglês para os estudantes do ensino básico brasileiro. Mas, afinal, o espanhol tem relevância nacional?

Pessoalmente, não gosto de dar relevância a um ensino, por conta de dinheiro ou oportunidade de emprego, mas infelizmente, hoje em dia, percebendo o contexto regional, é muito importante que se saiba a língua espanhola, principalmente, porque grandes empresas e empresas brasileiras, procuram recentemente expandir para a América Latina, erroneamente e de maneira pentagonista, (termo usado pelo autor dominicano, Juan Bosch, para expôr as atitudes dos Estados Unidos e diferenciá-las das dos países europeus durante a colonização, conhecidas como imperialismo), sendo chamada de LATAM. Que não vem ao caso o seu caráter pentagonista e empresarial, que só diminui ainda mais a possibilidade de descolonialidade que tanto desejamos.

Quando o brasileiro aprende espanhol, ele se adentra e se insere na região dos países hispanos que rodeiam as fronteiras do país e que normalmente, infelizmente, não temos tanto contato, isso porque, acabamos nos relacionando de maneira mais intensa com a Europa e Estados Unidos, mas, por mais que o contexto seja este, ocorre um fenômeno interessante, pois vemos, que por mais que não tenhamos tanto contato, começamos a perceber, (ao aprender espanhol), a aproximação entre a cultura brasileira e a dos países vizinhos.

O espanhol se insere diferente do inglês para os estudantes, isso porque, podemos ter contato com a língua nas fronteiras do país, mas, também, porque temos contato direto com a língua, seja em sua aproximação, ou até mesmo pela história de colonização, na qual a Espanha realizou atitudes parecidas com Portugal e que, por isso, temos a mesma luta e contexto histórico de nossos vizinhos da região.

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A senadora do União Brasil, Professora Dorinha, colocou em pauta da comissão do Senado a obrigatoriedade do espanhol no dia 19 de junho de 2024, percebendo a sua importância para o país, tanto economicamente como culturalmente, para voltar a ser obrigatório, (pelo menos), para o Ensino Médio do país. Foi aprovado com amplo apoio do movimento Fica Espanhol e de associações como a Associação de Professores de Espanhol do Estado de São Paulo.

Parece interessante que tenha sido uma pauta da direita, como União Brasil, sendo que é sempre uma língua vista por ser de esquerda e comunista, conseguiu, finalmente, ser vista de uma outra forma, ao perceber, a direita brasileira, que existe uma possibilidade econômica emergente em meio às relações estabelecidas na região, até porque, é possível que com o espanhol, as grandes empresas brasileiras, que vêm a possibilidade de expandir o seu comércio, por meio do Mercosul, que possibilita um melhor investimento, por conta do livre comércio, que faz com que seja mais vantajoso do que vender para países muito mais distantes.

Por mais que o espanhol seja importante para a união e integração latino-americana e de suas culturas e povos, não é, infelizmente, o que está motivando o seu ensino na educação brasileira, muito pelo contrário, está tornando-o mais uma língua comercial, (apenas para uso econômico e para o lucro do grande capital e para a alienação do trabalho com o ensino mais técnico do que construtivista), assim como o inglês, o que pode ser prejudicial para o seu ensino, isso, porque, não podemos ser contra totalmente o ensino técnico, pois no mundo capitalista, infelizmente precisamos de dinheiro para sobreviver, mas o ensino do espanhol, deve ser muito mais do que isso, ele deve ser um marco para a inserção da cultura, dos conhecimentos e da aproximação do povo brasileiro com os outros povos latino-americanos.

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