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    A questão Unisinos e o fomento acadêmico

    A exigência de multa e declaração de inadimplência da Unisinos é medida imediata e pedagógica, antes que aventureiros e piratas do ensino sigam o mesmo caminho

    Unisinos (Foto: Divulgação)

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    Creio que o principal nó na questão reside no fato que durante mais de 30 anos órgãos públicos de fomento - e fiquemos apenas nos órgãos federais tais como Capes/CNPq - financiaram os cursos de pós-graduação da Unisinos, aliás com excelentes resultados. Nesse momento a direção superior da entidade, em ato solitário, decide-se pelo eufemismo de "descontinuar" um grande número de tais cursos, inclusive cursos bem avaliados pela Capes e com fomento Capes/CNPq, sem qualquer consulta prévia, sem busca de entendimento com seus docentes ou com os órgãos de fomento.

    Coloca-se, assim, a questão da total insegurança jurídica, acadêmica e ética da continuidade de manter relações de apoios a uma instituição que de forma autoritária utilizando-se da lógica da firma e do princípio único do desempenho gerencial avalia seus próprios cursos acadêmicos.

    Desse modo devemos nós, professores pareceristas, membros de conselhos de instituições de fomento tomar um atitude de repúdio e pressionar as instituições tais como Capes/ CNPq para que imediatamente peçam explicações sobre a situação dos cursos extintos da Unisinos, da situação dos alunos matriculados, do impacto sobre os alunos diplomados e para a construção de programa de bolsas de realocação dos professores atingidos.

    Não podemos permitir que o dinheiro público de fomento, cada vez mais raro, seja desperdiçado conforme o espírito mercadológico eventual de grupos eventuais que galguem posições de poder em instituições de prestígio e usem tais posições para destruir décadas de trabalho sério de grandes equipes.

    A concessão de uma nota que confere "de acordo" Capes ao funcionamento de cursos de pós-graduação é claramente um contrato de duas vias. Implica que a entidade contratante, entre outras obrigações acadêmicas, obriga-se a manter em condições ótimas o funcionamento do curso, que recebe bolsas (TCC, M, D e Produtividade de seus professores), financiamento de projetos, viagens, etc... A atual Unisinos quebrou de forma unilateral tal contrato e deve arcar, inclusive financeiramente, junto a Capes/CNPq, com o ônus de tal quebra de contrato.

    A exigência de multa e a declaração de inadimplência da Unisinos é medida imediata e pedagógica, antes que aventureiros e piratas do ensino sigam o mesmo caminho. 

    Viva a verdadeira Unisinos!

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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