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    Cássio Vilela Prado

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    A quinta ferida narcísica Bolsolavo

    Regra geral agora é o uso da violência contra tudo e todos. Só o 'líder da horda', o grande 'pai' real não deve ser 'castrado'. Todos os demais integrantes do clã-Brasil tornaram-se 'eunucos biológicos e mentais', embora com as armas nas mãos

    Dizem que a História da humanidade teve 4 grandes 'feridas narcísicas', provocadas por grandes estudiosos e talvez os maiores gênios que já habitaram o planeta Terra, os verdadeiros 'zeitgeister'.

    A 'primeira grande ferida narcísica' foi provocada por Nicolau Copérnico, retirando a Terra do centro do universo, lançando-a à categoria de apenas um pequeníssimo corpo celeste entre os demais n.trilhões existentes, liquidando com a visão antiga do geocentrismo. Portanto a Terra não é mais o centro do universo.

    A 'segunda ferida narcísica' foi desferida pelo cientista britânico Charles Darwin, com "On the Origin of Species", dizimando a pretensão do homem de ser alguma coisa além de um animal originário da natureza.
    Portanto, equivaleu-se o homem a um cão (com as minhas desculpas aos cães pela desonra).

    A 'terceira', talvez a mais 'terrível' de todas, desalojou o homem de seu próprio centro, o seu 'ego' (eu) deixou de ser o dono absoluto de sua própria vida psíquica. Freud apontou o 'inconsciente' como o ator principal da atividade mental, determinante de seus pensamentos e comportamentos, embora a dor causada por essa 'ferida' tenha provocado, principalmente nos 'sujeitos mais narcísicos', uma forte reação da ordem do incurável.

    A 'quarta ferida narcísica', a meu ver, foi resultado do trabalho do pensador Karl Marx acerca do 'modus vivendi' e 'operandi' do capitalismo produtivo, defenestrando o dono do capital e seus vassalos aburguesados como os verdadeiros sujeitos da História e proprietários do planeta Terra.

    Portanto há uma imensurável resistência ao trabalho científico socioeconômico de Marx, principalmente por aqueles que detêm o capital, os meios de produção e comunicação aliados às tecnologias da informação, fazendo crer às massas incultas que esse modelo de vida seja o melhor possível, naturalizando-o, moldando e 'reduzindo as cabeças' (Em referência ao filósofo francês, Dany-Robert Dufour, em "A arte de reduzir as cabeças").

    A 'quinta ferida narcísica', na verdade, é um 'tumor' efeito 'denegatório' das primeiras, desferida pelas mentes brilhantes dos pensadores brasileiros atuais, olavo de carvalho, moro (ou morro) e bolsonaro, herança problemática de steve bannon e da saga norte-americana em busca da 'riqueza das nações'.

    Como poderia se esperar, 'feridas' que não são tratadas adequadamente tornam-se tumores, com dificuldades mais acentuadas de tratamento, evoluindo, no presente caso clínico-político, para todo o organismo tupiniquim, como uma metástase semiótica e concreta, tendo em vista o melancólico retorno do país à 'horda primitiva' (onde não havia 'lei' ou a 'lei' era exercida pelos mais fortes').

    Parece que a ideia bolsonita é 'avançar' mais, rumo à 'era do fogo', quando se matava à vontade....

    Pretende-se, pelo visto, que as fêmeas voltem a ser 'lixos sexuais' reprodutores ao bel-prazer dos machos; a Terra será plana e o centro do universo novamente; o conhecimento, a educação, a saúde, a assistência social existirão apenas na casa do 'grande pai' e parceiros 'canibais'.... O eu narcísico 'armado' volta a ser o centro da atividade mental.

    A regra geral agora é o uso da violência contra tudo e todos. Só o 'líder da horda', o grande 'pai' real não deve ser 'castrado'. Todos os demais integrantes do clã-Brasil tornaram-se 'eunucos biológicos e mentais', embora com as armas nas mãos.

    Bolsonaro ainda divide o seu 'gozo' com os seus filhos e Olavo. A população brasileira 'identificada' miticamente com bolsonaro, o 'grande pai' violento, aos poucos também vem sendo sacrificada, embora não perceba, mas o final da história é esse mesmo, com um desfecho bastante desfavorável para o 'pai' absoluto que tudo pode. (Ler "Totem e Tabu", de Sigmund Freud).

    Apesar de alguns de seus fanáticos, retidos nesse espelho identificatório terrível e letal, quem viver assistirá ou participará em breve do 'banquete simbólico' do 'grande papai bolsonaro'. (Espero e torço muito para que seja somente simbólico).

    A História e o tempo são implacáveis, apesar das repetições trágicas.

    Tratemos melhor as nossas 'feridas' enquanto ainda vivemos.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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