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    Ricardo Attuch

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    A reforma política nos une, o golpe nos divide

    Esticamos a corda e a corda arrebentou. Não temos mais como conviver com nosso aparato constitucional, híbrido, nem parlamentarista nem presidencialista, que termina por fomentar a mais bisonha promiscuidade entre os poderes. Então, temos que dialogar e marcar data para que tudo mude, mas mude mesmo, sem ficar a mesma coisa

    A Reforma Política é a matriz de todas as reformas. Sem ela o país empaca, trava, como travado está. Sem ela as outras Reformas que precisamos fazer não acontecerão: Agrária, Tributária, Urbana... Sem ela, ninguém governará este país, não distribuiremos a riqueza, não cresceremos e não nos desenvolveremos social, econômica e politicamente.

    Esticamos a corda e a corda arrebentou. Não temos mais como conviver com nosso aparato constitucional, híbrido, nem parlamentarista nem presidencialista, que termina por fomentar a mais bisonha promiscuidade entre os poderes. Então, temos que dialogar e marcar data para que tudo mude, mas mude mesmo, sem ficar a mesma coisa.

    Será bem interessante se sairmos da condição de bobos da corte a que querem nos remeter, todo o povo, e assumirmos o protagonismo das transformações. Que lindo será se nos unirmos em torno da Reforma Política realizada por uma Assembleia com poderes constituintes, democrática, soberana e independente. Imagine quão pasmados ficarão os meliantes que hoje nos infelicitam, dominam o cotidiano da sociedade e comandam o golpe!

    Quem está sangrando é o país e a sociedade, a Nação. Esse é o resultado de uma oposição ruim, golpista desde o primeiro dia depois das últimas eleições, e que pensa estar sangrando governo e governantes para conquistar o poder imediata e ilegitimamente, ou mesmo para fragilizar adversários na perspectiva das eleições de 2018.

    O que está sangrando e sendo afrontada é a Democracia, cujos processos e ritos estão sendo desrespeitados. Se ela é imperfeita e nos obriga a aguentar um governo com o qual possamos não concordar, que assim seja, porque ainda não foi inventado nada melhor para a vida em sociedade. Esperemos as próximas eleições, sob Reformas populares e soberanas, que temos tempo, necessidade e capacidade para fazer.

    Há dois golpes em curso.

    O primeiro golpe é a forçar a barra para aplicar o estatuto do impeachment, quando não é aplicável.

    O segundo golpe é dizer que golpe não é golpe. Golpe semântico. Surreal! É o absurdo de querer imbecilizar e idiotizar as pessoas, manipular consciências para que ajam contra os próprios interesses de cidadãs e cidadãos. Quem quiser assumir o golpe que o faça. Como tal: GOLPE, com todas as letras. E assuma o ônus de ser identificado como fascista, porque o golpista e o fascista são indissociáveis.

    O que não pode ocorrer é a consciência democrática se curvar a essas minorias poderosas e estridentes, embora capazes de criar e manipular massas histéricas, e aceitar tamanho retrocesso, nos devolvendo ao século passado. Democracia é conquista, só ela abre horizontes para uma sociedade mais justa e equânime. Incontestavelmente, nosso futuro está atrelado à Reforma Política, que só faremos num ambiente pleno de Democracia Política, condição para que alcancemos a Democracia Econômica, cuja ausência é causa e efeito de todas as crises.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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