A retomada do canto para aquele que abre os caminhos
Abre-se o campo para as considerações das narrativas voltadas ao bem viver
Por Walmir Damasceno
Com o resultado das eleições presidenciais de 2022 e a posse do novo governo abre-se um amplo campo de considerações, frente ao cenário político, econômico e social a serem delineados no Brasil. Obviamente, em linhas gerais, são inesperadas mudanças decisivas, frente ao modelo de produção econômica, política, jurídica e social, ou ruptura de vínculos de dependência internacional construídos historicamente.
Todavia, abre-se o campo para as considerações das narrativas voltadas ao bem viver. A emergência de convites para se pensar e atuar na realidade de maneira a realizar a vida sã.
Neste contexto, urge a retomada de políticas públicas voltadas ao combate ao racismo, à retomada de uma ótica pedagógica primada pela busca de autonomia por parte do sujeito e, sobretudo a retomada do olhar para o texto constitucional sob o prisma da expansão da democracia, da pluriversalidade dos conhecimentos e formas de se organizar dos povos tradicionais de maneira integrada a um plano decente de desenvolvimento do país e fortalecimento de sua soberania, partindo daquilo que lhe é mais essencial, o povo.
E fomos nós o povo que decidimos pela via menos desastrosa, a eleição de um candidato cuja história de vida lhe obriga a coerência e lealdade com aquele que lhe ombreou. Esperamos uma vontade política com esta consonância.
O cenário que se desdobrou nos últimos anos nos ensinou o óbvio, é urgente uma reforma educacional no Brasil que possa acompanhar o sentido dos princípios fundamentais do texto constitucional. Esta é uma das esperanças na ordem das prioridades.
Ah, e quão fecundo é a organização das Comunidades Tradicionais de Terreiros, das diversas escolas de Capoeira, dos grupos musicais, nos centros urbanos e cidades, e no campo, quão vasto é a tradição quilombola nas diversas formas de trato com os recursos da terra, quão vasto o conhecimento dos povos indígenas… Quão sensato seria um governo que conseguisse integrar toda essa diversidade em um plano de desenvolvimento sustentável para o país no sentido de uma verdadeira revolução industrial pautada na pluriversalidade e reconhecimento da terra como portadora de direitos em uma comunhão de vida sã.
Urge a retomada de um projeto que possibilite que todas essas vozes se expressem, fortalecendo os centros de decisões locais, associação de moradores, associações de comunidades tradicionais de matrizes africanas e culturais, possibilitando a expressão política de seus quadros para os efeitos sociais voltados a expressão da vitalidade e sapiência do povo brasileiro.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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