A segunda eleição de Lula
"Lula sai o grande vitorioso do episódio, mais prestigiado em sua investidura, com mais respaldo para seu governo", diz Vivaldo Barbosa
Esta é a segunda eleição do Lula. Deram um tiro no pé. Lula sai fortalecido, com apoio mais amplo em diversas áreas. Muitos virão em apoio à democracia, às instituições.
Estes grupos de fascistas ferozes (os fascistas sempre são ferozes) saem derrotados. Malucos e de visão estreita, ali reina a mediocridade, mas infestados de ousadia, pensaram que tomariam o Governo, a República com a ida à Praça dos três Poderes e entrar nos gabinetes e nos plenários e lá fazer todo tipo de patifaria.
Mas já foram expulsos de lá apenas pela ação da polícia. Pensavam que estavam praticando um ato de envergadura política, vã ilusão, pois bastou a polícia cuidar deles. Não foi preciso nenhum comando militar, nem ampla mobilização popular, nem guerra civil. Ficou num caso de polícia, inquéritos, promotores, decisões judiciais.
Mas as consequências políticas existem, só que pela culatra: quem ganha politicamente é Lula. Amplos setores do conservadorismo agora vão sentir a necessidade de prestigiar Lula, de maneira mais sólida, uma coalisão de inúmeras forças vai se formar naturalmente, todos em busca de salvar a República e a democracia. Isto é: salvar, garantir e apoiar o mandato de Lula.
Esta gente não levou em conta a marcha da política e a força das eleições. Fizeram motociatas com capas, fardas e ruidos para causar temor, distribuíram dinheiro e vantagens, mentiram, distorceram, caluniaram, usaram pastores inescrupulosos para explorar a boa fé cristã da nossa gente e enganá-los. Mas não fizeram política, não seguiram as boas práticas das eleições.
Não perceberam que a República paira sobre tudo e sobre todos, mesmo que golpeada. Lula e seus ministros estão lá, os Deputados e Senadores estão lá, os Ministros do Supremo estão lá.
Causaram danos materiais, mas os danos morais causados aos brasileiros que viram e assistiram a tudo foi grande, uma dor bem doída no coração de cada um, em especial os danos morais da imagem do Brasil e do povo brasileiro no mundo.
São muitos os responsáveis e culpados por tudo, os atores, seus financiadores e estimuladores, as autoridades policiais de Brasilia, o Governador que já foi afastado. Fez bem o Ministro Alexandre de Moraes que bem compreendeu o que aconteceu. Mas era Lula que deveria ter feito a intervenção no governo do Distrito Federal e não apenas na área de segurança. Seu Governo não compreendeu o que aconteceu.
A Polícia Federal e a Polícia Rodoviária deveriam ter barrado a entrada dos ônibus em Brasília, pois sabia-se que não estavam possuídos de atitude pacífica e democrática. O Exército deveria ter dissolvido os acampamentos, pois representavam uma afronta ao Exército, garantidor da República e dos poderes constituídos. O Ministro da Defesa deveria ter agido e não contemporizado com quem bradava por golpe. Tanto o Ministro quanto o Comandante do Exército devem isto à Nação. Aliás, o Comandante ser escolhido por antiguidade é grave erro. O Presidente tem o dever de fazer a escolha do Comandante, seguindo as normas. O critério de antiguidade faz o titular depender sua nomeação da sua carreira, a ela devotará a sua lealdade. A escolha há de ser do Presidente para colher lealdade mais íntima do escolhido.
Já passada a noite, já no dia seguinte, o Lula sai o grande vitorioso do episódio, mais prestigiado em sua investidura, com mais respaldo para seu governo. Daqui pra frente, seu mandato passa a ter outra dimensão. O outro lado sai diminuído, derrotado, não conseguiram.
Lula colheu sua segunda eleição.
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* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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