A única chance que Boulos tem para ganhar a eleição
"Boulos já tem o não da maioria do eleitorado paulistano. Então, que se arrisque a buscar o sim, com Geraldo Alckmin de cupido"
Analistas políticos, talvez por prudência e medo de arriscar suas reputações com avaliações equivocadas, nem sempre ultrapassam os limites da superficialidade. E com isso deixam de perceber o óbvio, principalmente se esse óbvio beirar as raias da sandice. Mas como meu ofício é marketing político, onde não faltam exemplos de que a sandice já virou muitos resultados eleitorais, só tenho compromisso mesmo é com meus desatinos.
Dito isso, vou direto ao assunto: Boulos pode ganhar essa eleição com o pé nas costas, se contar com o apoio do maior cabo eleitoral de que pode dispor, nesse segundo turno. Lula? Não! Estou falando de Geraldo Alckmin, o vice-presidente de Lula que mais conhece o eleitor de São Paulo.
A prefeitura de São Paulo é estratégica para a reeleição presidencial em 2026. Alckmin, portanto, deveria ter interesse direto nesta campanha polarizada entre um bolsonarista e um representante do campo progressista na capital paulista. Não existe ninguém melhor do que ele para mostrar os avanços conquistados pelo governo do qual faz parte.
Num ambiente refratário ao PT, qualquer coisa que o presidente Lula diga a respeito dos investimentos realizados pelo governo federal em São Paulo, será considerado mentira pelo eleitorado conservador, que acha que tudo é mérito do governador Tarcísio. Agora, se essas conquistas saírem da boca de Geraldo Alckmin, no mínimo se plantará a dúvida na cabecinha oca daqueles que são influenciados pelos Malafaias da vida.
O vice-presidente da República é o fiel da balança. Não apenas no palanque, mas também como articulador político, trazendo para a campanha de Guilherme Boulos várias lideranças locais que podem desembarcar da campanha de Ricardo Nunes.
Chegou a hora de Geraldo Alckmin provar que não entrou no projeto político do presidente Lula por simples casuísmo, ou que se agarrou à primeira boia que o tirou de um quase ostracismo, para ocupar um cargo no centro do poder da República. Ele, queiram ou não os mais radicais do PT, agora é parte importante na continuidade do projeto político iniciado em 2022.
Boulos já tem o não da maioria do eleitorado paulistano. Então, que se arrisque a buscar o sim, com Geraldo Alckmin de cupido. Ricardo Nunes é um zero político, que caiu de paraquedas na prefeitura de São Paulo. E quem o colocou lá? O mesmo eleitor que votou em Alckmin. Numa disputa política, confrontada entre o aprendiz e o bruxo, quem vai levar a melhor? Fica a dica.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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